O pai de uma das 130 pessoas mortas no fim do ano em Paris abriu processos contra Google, Facebook e Twitter por, de certa forma, facilitar o trabalho do grupo terrorista responsável pelos ataques.
Na ação, Reynaldo Gonzalez, que perdeu a filha Nohemi, justifica que as companhias ofereceram “suporte material” para a ISIS, e que elas “permitiram conscientemente” que o grupo recrutasse membros, obtivessem dinheiro e espalhasse “propaganda extremista” através de seus serviços de mídias sociais.
A Associated Press procurou as empresas e todas consideram o processo fora de mérito, citando que suas políticas de uso proíbem atividades do gênero. O Twitter lembrou que possui equipes pelo mundo avaliando denúncias, e o Facebook disse que aciona autoridades quando percebe algo errado – embora, conforme revelado recentemente pelo Olhar Digital, isso não impeça os internautas de usarem a rede para atividades ilícitas.
O processo foi aberto nos Estados Unidos, que não costuma punir plataformas pelo uso que seus clientes fazem. Entretanto, o caso de Gonzalez é diferente, porque seus advogados afirmam que o processo não tem a ver com o que as mensagens da ISIS dizem, e sim com o aparato fornecido pelas empresas.
“Isso é sobre Google, Twitter e Facebook permitindo que a ISIS use suas redes sociais para recrutamento e operações”, disseram os advogados à AP. Eles também acusam o Google de lucrar com os terroristas, uma vez que a empresa cobra pela inclusão de publicidade em vídeos da ISIS postados no YouTube.