Facebook processa desenvolvedores ucranianos por roubo de dados de usuários

A empresa está processando dois ucranianos sob acusação de usar testes da rede social para roubar informações dos usuários
Equipe de Criação Olhar Digital11/03/2019 14h00

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Quando entramos no Facebook, não é difícil encontrar os famosos testes para verificar como você ficaria se fosse um cachorro, ou quem é o amor da sua vida. Porém, esses testes podem comprometer a segurança de sua conta, já que solicitam acesso as suas informações pessoais. Dois ucranianos estão sendo processados pelo Facebook por suspeita de usar aplicativos de teste para roubar dados pessoais de usuários e segmentar anúncios em seu feed de notícias. O processo acusa Gleb Sluchevsky e Andrey Gorbachov de liderar o esquema.

Os usuários eram induzidos a instalar plugins maliciosos que prometiam horóscopos diários ou testes de “caráter”. A prática infectou aproximadamente 63 mil navegadores. Com o malware instalado, os criminosos não tinham apenas acesso aos dados do Facebook, mas também era possível conseguir dados de outras redes sociais.

A prática veiculava anúncios próprios ao invés dos anúncios aprovados pelo Facebook, além de extrair informações de perfil público e listas de amigos não visíveis. Esse golpe pode estar ligado à acusação de venda de 81 mil mensagens de usuários que ocorreu no ano passado.

O que o Facebook diz sobre isso?

No início, a rede social alegou que não tem envolvimento com a prática, e que o usuário “efetivamente comprometeu seu próprio navegador” ao instalar tais plugins. Basicamente, a empresa está dizendo que o usuário foi o responsável por dar o acesso as suas informações para os hackers. Porém, isso pode ser refutado sob a alegação de que, se o Facebook não tivesse dado acesso à opção de desenvolver a extensão maliciosa aos criminosos, nada disso teria acontecido.

Desta forma, o Facebook está acusando Sluchevsky e Gorbachov de violarem a Lei de Fraude e Abuso de Computadores, acessando dados do Facebook sem autorização, bem como fraudes e violações de contratos por se apresentar como legítimos desenvolvedores do Facebook.

Ainda segundo a companhia de Mark Zuckerberg, a investigação que levou ao descobrimento do esquema, também suspendeu as contas dos criminosos, bem como entrou em contato com os navegadores para que estes pudessem remover os aplicativos do banco de dados e evitar que outros usuários fossem prejudicados.

Lembrando que a rede social já foi alvo de um golpe semelhante, conhecido como o caso Cambridge Analytica, no qual uma empresa desenvolveu um aplicativo em forma de teste de personalidade que também roubava informações dos usuários.

Via: The Verge