Em uma reunião realizada hoje pela Secretaria de Mobilidade e Transportes com as empresas de entrega por aplicativo foi fechado um acordo para garantir a segurança dos entregadores. As empresas iFood e Loggi se comprometeram a acabar com o bônus por maior número de entregas a motoboys.

Nessa reunião que contou com a participação do prefeito Bruno Covas do PSDB, também foi definido que os colaboradores das empresas receberão um treinamento, ministrado pela Companhia de Engenharia de Tráfego, a CET, visando aumentar a segurança no trânsito.

Em 2018, o número de mortes envolvendo motociclistas aumentou 18%. Técnicos da Prefeitura avaliaram que a alta e ligada ao crescimento dos aplicativos de entrega por motoboys, que dão prêmios em dinheiro para quem faz mais viagens. A Rappi e a Uber Eats não aderiram ao acordo com a gestão municipal.

Em nota, o Uber informou:

O modelo predominantemente adotado pelo UberEats hoje é similar ao da tarifa dinâmica do aplicativo de viagens: os entregadores parceiros recebem valores mais elevados ao efetuarem entregas em regiões com demanda mais elevada. É um mecanismo criado pelo algoritmo para equilibrar oferta e demanda, a fim de garantir que sempre haverá um entregador parceiro onde há um pedido.

Segurança é prioridade para a Uber, por isso a empresa segue investindo constantemente em novas tecnologias em benefício de seus usuários, motoristas e entregadores parceiros. A empresa, por meio de materiais educativos, traz recomendações de segurança e sempre reforça a todos os entregadores do aplicativo que o Código de Trânsito Brasileiro deve ser respeitado. Todos os entregadores parceiros também estão cobertos durante cada viagem por um seguro do Uber Eats para acidentes pessoais, tornando a empresa a única do segmento a oferecer tal cobertura.

A Uber permanece sempre aberta a buscar parcerias e segue disposta a participar de campanhas voltadas para a segurança viária. No entanto, a empresa contesta a correlação do aumento dos acidentes com motociclistas na cidade de São Paulo com a atividade por meio de aplicativos de entrega. Analisando a própria apresentação elaborada pela CET sobre esse tema, verificamos que:

  • As mortes atribuídas a entregadores representaram 13,6% do total de motociclistas mortos em São Paulo em 2018. Ou seja, de acordo com os dados apresentados, a maior parte dos motociclistas mortos não estariam atuando realizando entregas. 
  • Mesmo entre aqueles classificados como entregadores, com os dados apresentados pela CET não é possível saber se eles utilizavam algum aplicativo de entrega ou se os acidentes ocorreram durante uma entrega. 
  • Os dados também apontam que, dos 50 casos de motofretistas enumerados, 25 (50%) aconteceram durante a madrugada ou período da manhã, quando restaurantes geralmente estão fechados e o volume de entregas de alimentos via aplicativo é muito baixa. 
  • Além disso, a maior parte dos casos levantados pela CET ocorreu fora do centro expandido, região que concentra as entregas via aplicativos, e inclusive existem óbitos em regiões onde não há atuação do Uber Eats.