Computador do Google vence campeão mundial de Go: e agora?

Redação18/03/2016 13h07

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Na semana passada, a inteligência artificial AlphaGo, criada pela empresa DeepMind do Google, derrotou o campeão mundial de Go, Lee Sedol, por 4 a 1. E embora se trate de um feito impressionante, dada a complexidade do jogo, a vitória do computador da DeepMind tem implicações muito mais profundas.

Como já mencionamos, é mais complicado para um computador jogar Go do que jogar xadrez. Como o número de movimentos possíveis é muito maior no Go, a máquina não conseguiria calcular todas as possibilidades e escolher a melhor. Por isso, ela precisa desenvolver uma espécie de “intuição” que lhe permita imaginar como seu oponente vai jogar, e se antecipar a ele.

Essa “intuição”, naturalmente, pode ser usada para outras atividades além do Go. Conforme Demis Hassabis, fundador da DeepMing, escreveu em um post no blog do Google, “O AlphaGo consegue olhar globalmente o tabuleiro – e achar soluções que humanos ou não foram treinados para jogar, ou não considerariam. Isso traz potencial enorme para se usar soluções semelhantes ao AlphaGo para encontrar soluções que os humanos não enxergam”.

Vitória dos humanos

Embora o desafio tenha chamado de uma “disputa entre homem e máquina”, Hassabis considera que “o AlphaGo na verdade é uma conquista humana. Lee Sedol e a equipe do AlphaGo ambos se empurraram em direção a novas ideias, oportunidades e soluções – e, no longo prazo, isso é algo do qual todos nós poderemos nos beneficiar”.

Como os métodos de aprendizado de máquina que a DeppMind utilizou no AlphaGo são de usoo geral, a empresa pretende em breve começar a aplicá-los em outras áreas. Segundo Hassabis, a empresa foi criada para permitir que a inteligência artificial seja “usada como uma ferramenta para ajudar a sociedade a resolver alguns de seus problemas mais urgentes, do aquecimento global a diagnósticos de doenças”.

Por isso, é provável que soluções futuras da empresa consigam oferecer perspectivas interessantes sobre esses problemas. Nas próximas semanas, a empresa seguirá estudando as partidas jogadas contra Lee Sedol para entender como o AlphaGo agiu, e doará o prêmio de US$ 1 milhão para a UNICEF e instituições que incentivam a educação em ciências, tecnologia, engenharia e matemática.

No entanto, apesar dos sucessos recentes, Hassabis afirma que “ainda estamos longe de uma máquina capaz de aprender a realizar de maneira flexível a gama completa de tarefas intelectuais que um humano consegue – o marco da verdadeira inteligência artificial”.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital