Como uma busca no Google foi usada para provar uma fraude no Enem 2016

Redação01/12/2016 16h00, atualizada em 01/12/2016 16h20

20160921144013

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

A Polícia Federal divulgou nesta quinta-feira, 1, um relatório que indica que as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano foram vazadas antes da aplicação. E, segundo os investigadores, a descoberta foi feita com a ajuda (indireta) do Google.

Ao menos dois candidatos que prestaram o exame nos dias 5 e 6 de novembro tiveram acesso antecipado às provas e ao tema da redação. A Polícia Federal diz ter encontrado provas disso em celulares apreendidos durante o Enem, incluindo fotos das questões e do gabarito. A investigação não foi detalhada, mas tudo indica que esses candidatos já eram investigados há algum tempo e foram pegos “no flagra” durante a prova.

Como o Google entra nessa história? Os investigadores descobriram que os candidatos começaram a pesquisar no buscador informações sobre o tema da redação, que neste ano foi “intolerância religiosa” a partir das 9h38 do dia 6 de novembro. Ou seja, horas antes da aplicação da prova e antes que os candidatos pudessem saber o tema da redação. Para a PF, isso é um indício de que aquelas fotos da prova e do gabarito foram repassadas aos candidatos suspeitos antecipadamente.

A Polícia Federal não explicou como descobriu isso, mas tudo indica que os investigadores tiveram acesso aos aparelhos desses candidatos desbloqueados. Sendo assim, fica fácil conferir o histórico de pesquisas do Google. Além disso, é importante destacar que a busca no Google não foi a principal prova da investigação, mas apenas um indício que dava mais certeza à suspeita – segundo a PF, as fotos das provas e dos gabaritos são a verdadeira prova.

Encontrar o registro dessa busca não é difícil. O próprio Google mantém um histórico de tudo o que o usuário pesquisou, tanto no smartphone quanto no PC. Basta acessar MyActivity.Google.com e conferir as atividades que a empresa registrou sobre você, de buscas por texto ou voz até vídeos vistos no YouTube. O Google diz que armazena essas informações para aprender com seus hábitos e melhorar sua experiência, mas, em alguns casos, pode ser considerada uma pequena invasão de privacidade. Acessando essa página, você pode também apagar as informações que não quer armazenadas pelos servidores do Google.

Via Folha de S.Paulo

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital