China terá sistema quântico de mensagens impossível de hackear

Redação26/07/2017 12h19, atualizada em 26/07/2017 12h49

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O Instituto de Tecnologia Quântica de Jinan, na China, desenvolveu um sistema de mensagens que usa propriedades da física quântica para se proteger totalmente contra bisbilhoteiros. O sistema será usado por cerca de 200 chineses com cargos de destaque no governo, exército e nas finanças do país, e deve estrear em agosto.

Segundo o jornal local South China Morning Post, inicialmente, a rede de comunicações ultra-secretas vai operar apenas entre Pequim e Xangai. Trata-se, por enquanto, de uma rede física de cabos com mais de 2.000 quilômetros através dos quais as mensagens serão enviadas. Outras cidades grandes da China, como Wuhan, também estariam criando suas próprias redes de comunicação quântica.

Essa nova rede teve um custo total de cerca de 120 milhões de yuans (cerca de R$ 60 milhões), de acordo com o China Daily. O sistema já foi testado mais de 50 vezes desde maio, e se mostrou capaz de criptografar cerca de 4.000 informações por segundo e de enviá-las a 200 terminais diferentes nas cidades com uma taxa de sucesso de 99%.

Como funciona?

Como o Telegraph explica, a comunicação feita nessa rede é totalmente à prova de hackers graças a uma propriedade chamada enlaçamento quântico (“quantum entanglement”, em inglês). Na rede, as mensagens são enviadas por meio de fótons (partículas de luz). Esses fótons estão enlaçados de tal forma que, se um deles é observado, todo o conjunto se destrói.

Para um sistema de mensagens, o resultado disso é que, se as mensagens forem interceptadas, elas automaticamente se embaralham antes mesmo de poderem ser lidas. Nesse caso, a única maneira de ter acesso às comunicações é sendo uma das pessoas autorizadas. Qualquer tentativa de interceptar as informações resulta na sua destruição. No vídeo abaixo, os pesquisadores falam mais sobre o sistema:

Nas palavras de Zhou Fei, um dos diretores do Instituto de Tecnologia de Jinan, o projeto “será usado para defesa nacional, finanças e outras áreas”. Para Fei, trata-se também de “um projeto piloto que, se tiver sucesso, poderá se espalhar mais pela China e pelo mundo todo”.

A preocupação do país em garantir o sigilo das comunicações nas áreas mais sensíveis a vazamentos faz sentido. Recentemente, ataques como o WannaCry e o Petya mostraram que praticamente todas as máquinas estão vulneráveis. E mesmo os Macs, que antigamente se diziam imunes a vírus, passaram anos com um malware não detectado capaz de roubar dados do usuário.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital