O governo chinês está desconfiado das empresas de tecnologia norte-americanas e está investigando se os produtos da Apple, Cisco e Microsoft representam uma ameaça à segurança nacional.
Fontes informam que nos últimos meses, estas e outras companhias foram submetidas a avaliações em relação a criptografia e armazenamento de dados. Autoridades ligadas Administração do Ciberespaço da China exigiram que diretores e funcionários entrevistados respondessem perguntas sobres os produtos.
O conselheiro geral da Apple, Bruce Sewell, informou ao Congresso dos Estados Unidos no mês passado que o governo chinês havia solicitado acesso ao código fonte da empresa, o que foi negado duas vezes. A Microsoft por sua vez usa de uma política diferente, tanto que compartilha seu código fonte com a China e a Rússia.
Ao contrário de outros países, como o próprio Estados Unidos e Inglaterra, que se preocupam com essa questão para produtos de uso militar, a China está questionando softwares e itens vendidos para o público em geral. Por isso, as empresas temem que as entrevistas estejam sendo usadas para extrair conhecimento tecnológico de seus colaboradores, além de assegurar que os Estados Unidos não estejam usando os produtos para espionar o país.
Em última análise, as informações poderiam ser usadas para bloquear produtos ou para extrair segredos comerciais em troca de acesso ao mercado. Esses segredos podem ser vazados para os concorrentes chineses ou expor vulnerabilidades, o que, por sua vez, poderiam ser exploradas por hackers chineses.
Além disso, as companhias de tecnologia estão preocupadas que essa atitude possa criar um precedente e que outros países sigam o exemplo, cada um exigindo informações diferentes que não só seria caro, mas também colocam as empresas em risco de ter de entregar mais segredos em troca de acesso ao mercado.
A china e os Estados Unidos têm se envolvido em uma discussão sobre tecnologia e segurança que vem abalando o relacionamento entre os dois países. O governo local tem barrado a expansão as empresas estrangeiras, mas ao mesmo tempo as companhias não querem perder a oportunidade de entrar no gigante mercado chinês.