Celulares baratos são pegos vendendo informações de usuários a anunciantes

Renato Santino06/07/2018 23h54

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Ninguém gosta de pagar caro em um celular, mas às vezes é melhor do que pagar muito barato. O exemplo da vez vem direto da Ásia, onde foi descoberto que ao menos um modelo de celular estava capturando os dados dos usuários e vendendo-os diretamente para uma empresa de publicidade.

O aparelho em questão é o Singtech P10, um celular superbarato que é vendido em Mianmar e no Camboja. O Wall Street Journal revela que o smartphone Android pegava os dados do usuário e os vendia para a General Mobile, também conhecida como GMobi, que usava as informações para fins publicitários.

A empresa de publicidade confirmou que usava os dados para apresentar anúncios direcionados nos celulares. Além disso, as informações também eram repassadas para as fabricantes para que elas soubessem mais sobre os hábitos dos usuários. Entre os dados enviados estão IMEI, endereço MAC e até mesmo a localização do celular.

Inúmeros aplicativos coletam o mesmo tipo de informação que a GMobi, mas a diferença neste caso é que a ferramenta de monitoramento já vem pré-instalada no celular. A sua remoção não é simples e requer conhecimento técnico avançado, possivelmente dependendo de um root no sistema.

A GMobi também lista outras fabricantes mais conhecidas como parceiras, incluindo Huawei, Xiaomi e BLU, mas todas negaram a parceria comercial quando questionadas pela publicação.

 Por serem todas empresas asiáticas e com pouca ou nenhuma atuação no Brasil, a prática pode parecer distante, mas não muito. Não é incomum no mercado alternativo do Brasil a venda de celulares de marcas completamente desconhecidas, cujo único apelo é exatamente o preço ultra-acessível e ninguém sabe dizer quais cuidados eles têm com os dados dos usuários. Então fique atento: vale a pena pagar um pouco mais caro no seu smartphone e compra-lo de uma empresa com uma reputação melhor.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital