No que soa como uma homenagem sem graça a versões noventistas do Windows, foi descoberto recentemente que edições mais modernas do sistema operacional carregam um bug que, no passado, gerou muita dor de cabeça a quem tinha computador com o software da Microsoft.
A falha que afetava Windows 95 e 98 fazia com que a máquina parasse de funcionar caso houvesse tentativa, interna ou externa, de acessar um arquivo de nome específico.
Como lembra o Ars Technica, a questão era que o Windows separava alguns nomes para uso especial, e o que dava problema — “con” — servia para que o sistema lidasse com consoles físicos como teclado e monitor. Se o usuário tentasse chegar a um “c:\con\con”, ou um site quisesse logar um arquivo pelo caminho “file:///c:/con/con”, o computador seria trancado e só voltaria a funcionar depois de um reboot.
O mesmo tipo de problema existe nos Windows 7 e 8.1, só que com o arquivo de nome “$MFT”. Conforme explica o Ars, trata-se de um dos arquivos especiais de metadados usado pelo sistema de arquivos NTFS; ele está escondido e é inacessível para a maior parte dos softwares. Só que, se o usuário tentar usá-lo como diretório — num caminho para outro arquivo, fazendo algo como “c:\$MFT\123” —, o computador é lacrado.
Nem todos os navegadores têm caminho livre até o $MFT, mas o Internet Explorer é uma das exceções. Assim, um desenvolvedor pode criar uma página que tenha instruções para que uma de suas imagens seja carregada usando o $MFT como diretório, o que faria com que a máquina do visitante desse pau pouco tempo após o acesso. Em alguns casos, o bug causa uma “tela azul da morte”; em outros, o efeito é tão forte que é preciso dar reboot.
A Microsoft ainda não se pronunciou a respeito da questão. O bug afeta também o Windows Vista, mas, como ele perdeu suporte, fica a expectativa por uma resolução para as outras duas versões do sistema — afinal, o 7 é usado por 48,5% dos computadores do mundo e o 8.1, por quase 7%.