Blockchain: segurança e privacidade

Um dos receios de boa parte daqueles que têm o primeiro contato com o universo do blockchain e das criptomoedas é a segurança da rede.
Redação02/01/2019 21h09, atualizada em 03/01/2019 00h00

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Um dos receios de boa parte daqueles que têm o primeiro contato com o universo do blockchain e das criptomoedas é a respeito da segurança da rede. Grande parte devido às várias ocorrências divulgadas ao longo dos anos sobre sistemas e contas hackeadas, além de vazamentos, roubos e vendas de informações pessoais, tanto de empresas, quanto de pessoas físicas.

A internet, sem dúvida alguma, revolucionou o mundo. Uma de suas maiores contribuições é a possibilidade de conectar pessoas, onde quer que estejam, facilitando incomensuravelmente a comunicação e a troca de informações entre elas. Com o advento das novas tecnologias e atribuições ao uso da internet, nos foi possibilitado desfrutar ainda mais dessas facilidades, pelo menos, no nível de usuários.

Algumas pessoas viram, nisso tudo, a possibilidade tornar essa revolução da internet ainda maior, principalmente no âmbito profissional. Daí, fomos presenteados a blockchain. Após muitos estudos, diversas aplicações foram implementadas no intuito de não repetir os erros cometidos com a internet. Tendo em mente que a população carecia de segurança e privacidade, uma das características mais marcantes e de maior importância da blockchain é a descentralização. Partindo deste princípio, o usuário é o único detentor de suas informações pessoais e só as divulga se optar por isso.

O que é muito experienciado na rede comum são os diversos sites e serviços que demandam que o usuário forneça, basicamente, todas as suas informações pessoais para, simplesmente, cadastrar-se. Além disso, muitos desses sites, seja de compras, buscas e até mesmo de bancos, propõem como termo de uso que o usuário divulgue esses dados, como CPF, RG, endereço, idade e outros, e os permita utilizá-los em futuras ações. Sem aceitar esses termos, o usuário não pode utilizar esses sites e se vê sem alternativa. Logo, ele deixa de ser detentor de suas informações pessoais e não tem mais controle sobre elas.

O que anda acontecendo com frequência é a venda de informações para plataformas, redes sociais e ferramentas de busca que, as possuindo, traçam perfis e padrões para oferecer produtos e serviços ao usuário enquanto o mesmo está conectado ou realizando buscas e pesquisas. Alguns acham esse serviço interessante, mas outros só ficam ainda mais preocupados em relação à sua privacidade. Um caso que ficou conhecido foi a venda de informações de usuários feita pelo Facebook à outras plataformas, em 2014, através de um aplicativo que realizava um teste de personalidade. O caso foi descoberto por um denunciante ao jornal amerciano  New York Times e é considerada “uma violação inaceitável dos direitos dos cidadãos”, pelo Parlamento Europeu.

Já em uma rede descentralizada, pela própria definição, não há um poder que armazenam dados ou informações de usuários. Apesar de o intuito ser trazer cada vez mais pessoas para utilizá-la, tudo é divulgado de forma pública, porém criptografada para quem quiser verificar e analisar, desde que seja o portador da chaves privadas. Em nenhum momento é exigido que o usuário informe seus dados pessoais para participar da rede. Isso já garante a todos que estejam participando da rede que eles sempre terão sua privacidade respeitada.

Dentro da blockchain, as informações são armazenadas permanentes de forma imutável nos blocos. Como o intuito é ser pública, os usuários podem acessar e visualizar essas informações. Entretanto, como é descentralizada e todo poder sobre elas é do dono, a criptografia da rede não permite que essas informações sejam baixadas ou modificadas. Apenas aquele que possui a chave privada pode realizar isso. O detentor das informações, inclusive, pode escolher até que ponto podem ser vistas pelos outros usuários.

Por esses motivos, uma blockchain descentralizada é a melhor maneira de se armazenar dados de forma completamente segura, onde o usuário é, de fato, o dono de suas informações. Algumas empresas já estão desenvolvendo métodos para oferecer soluções dentro desses ambientes, em que o usuário precisa ser contatado e consentir que seus dados possam ser utilizados por outras empresas, como a Lunes e o seu produto Lunes Truth, onde todo esse processo ficaria registrado na blockchain e só os dados que ele permitisse poderiam ser coletados através do uso de um QR Code.

Ainda falando de segurança, outro ponto revolucionário sobre a blockchain foi justamente sua arquitetura que minimiza drasticamente as chances de ataque de hackers e tentativas de fraude nos processos de validação. Como a rede é participativa, seja qual for o algoritmo de consenso adotado, qualquer tentativa de ataque tende a ser frustrada antes mesmo de executada.

Em uma blockchain PoW, por exemplo, é necessário que o hacker disponha de 51% do poder de mineração de toda a rede para poder tentar fraudá-la. Como esse algoritmo demanda máquinas extremamente potentes, o indivíduo tem que investir muito dinheiro só nessa empreitada. Em uma blockchain PoS ou LPoS, o hacker teria que dispor de uma quantidade muito alta das moedas que concedem o poder de visibilidade dentro da rede para tentar fraudá-la, além da aprovação da própria comunidade. Ou seja, em qualquer tipo de rede, qualquer tentativa de fraude demandará um esforço diametralmente desproporcional ao resultado final.

Somando esses pontos à eficiência da blockchain, já podemos entender o porquê de essa invenção ser tão bem-vinda em meio a muitos profissionais e entusiastas de tecnologia, que já estão a adotando em diversos tipos de serviços. Alguns bancos, inclusive, já fazem questão de anunciar aos seus usuários que eles já passaram a substituir seus sistemas de validações e transações comuns pela blockchain. Muitos usuários já optaram por mudar sua vida bancária quase que completamente para serviços 100% feitos dentro dessa tecnologia e esse número só terá a crescer conforme ela for se aplicando.

Ou seja, para aqueles que ainda estavam incertos sobre como funciona toda a questão de segurança e privacidade dentro da rede blockchain, podem respirar aliviados, pois esses itens, como todos puderam ver, são mais do que garantidos para todos os usuários que optam por utilizá-la.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital