Uma das situações novas criadas pelo boom das criptomoedas é o surgimento dos megarroubos, nos quais hackers aproveitam de vulnerabilidades nos exchanges, as empresas que fornecem serviços de câmbio e troca de moedas, para levar quantias milionárias ilegalmente. Foi o que aconteceu no passado com o Mt. Gox e foi o que aconteceu agora com uma empresa japonesa chamada Coincheck, que perdeu mais de R$ 1 bilhão ainda sem uma explicação clara do ocorrido.

O roubo em questão levou embora 500 milhões de tokens NEM, uma das 10 maiores criptomoedas do momento em capitalização de mercado. Com o anúncio do roubo, a moeda desvalorizou rapidamente, com seu valor caindo da casa de cerca de US$ 1 para aproximadamente US$ 0,80, o que é uma queda brusca. No total, isso significa que US$ 400 milhões estão perdidos, ou R$ 1,2 bilhão na moeda nacional.

A empresa anunciou que ainda não sabe exatamente o que aconteceu para que esses tokens fossem roubados, mas está estudando a possibilidade de ressarcir seus clientes pelo prejuízo.

No entanto, ainda que não haja prejuízo financeiro às vítimas, esse é o tipo de situação que a comunidade de criptomoedas teme por chamar a atenção de governos e órgãos reguladores e gerar mais desconfiança sobre o mercado como um todo, o que pode causar desvalorizações súbitas em moedas que nada têm a ver com o ataque. A Agência de Serviços Financeiros do Japão, inclusive, já se manifestou e diz que vai investigar os fatos envolvendo a Coincheck.

O roubo da Coincheck até o momento entra para a história como o maior já registrado envolvendo criptomoedas. Até então, o roubo da Mt. Gox ocupava esse posto, com cerca de 850 mil bitcoins perdidas, o que na época valia US$ 450 milhões; no entanto, 200 mil moedas foram encontradas, reduzindo um pouco o impacto final da perda para US$ 340 milhões.