Em meio à sua guerra contra o Estado Islâmico, o Anonymous achou uma empresa americana para criticar. Alguns integrantes do coletivo hacker acusam a CloudFlare de ajudar os terroristas ao permitir que seus sites fiquem no ar mesmo quando se tornam alvos do Anonymous.

Isso acontece porque a CloudFlare oferece uma tecnologia que protege sites de ataques de negação de serviço (ou DDoS). Sempre que um de seus clientes recebe tráfego acima da média, a página não cai, porque a CloudFlare absorve os acessos. A situação tem frustrado o Anonymous, já que ataques do tipo são uma das formas mais simples de se derrubar um site: bastaria fazer com que vários computadores o acessem ao mesmo tempo.

Matthew Prince, CEO da empresa, disse ao The Register que o coletivo hacker está sendo hipócrita, uma vez que a CloudFlare também trabalha para o Anonymous, mantendo alguns de seus sites rodando mesmo sob pressão das autoridades. “Eu diria que isso é uma análise simplista feita por crianças – é difícil levá-los a sério”, criticou o executivo.

Não é a primeira vez que o Anonymous se incomoda com a CloudFlare. No começo deste ano, quando o Pirate Bay voltou ao ar após semanas de inatividade, um grupo associado aos hackers recomendou aos internautas que ficassem longe do site porque ele era mantido com a tecnologia da startup. O problema é que a CloudFlare salva os endereços de IP dos usuários, então, se o governo quisesse, poderia ter acesso a informações de quem acessou a página (relembre).

Prince afirmou que não faz parte da política da CloudFlare tirar um site do ar só porque a empresa não concorda com seu conteúdo. Não é o que pensa o Telegram, serviço de mensagens criptografadas que vinha sendo usado por integrandos do EI que quisessem se comunicar sem interferências. Nesse caso, assim que a empresa ficou sabendo de seu envolvimento com os terroristas, desativou contas relacionadas a eles.