“O problema ético da privacidade é uma das
questões que definem nosso tempo hiperhistórico.”
Luciano Floridi (Filósofo, 1964- )
Só o fato de imaginar uma web efêmera, onde o que publicamos possa desaparecer em seguida, faz tremer os titãs da internet tais como Google e Facebook. Afinal ambos operam sobre bases do passado, são os baús digitais da internet. De fato, um dos principais pilares operacionais do buscador e das rede sociais é o registro ad infinitum de todas as interações para permitir a buscabilidade, replicabilidade e análise de tudo e todos. Mas um movimento silencioso está em andamento, em especial entre os jovens que começaram a perceber que privacidade é algo essencial para uma vida saudável on-line e claro, off-line também.
Três círculos
A teoria dos Círculos Concêntricos do jurista alemão Heinrich Hubmann, define a vida privada do ser humano em: privacidade (esfera externa), intimidade ou confidência (esfera intermediária) e segredo (esfera interna). A privacidade está relacionada com o que compartilhamos de nós mesmos em relações mais superficiais ou em sistemas on-line. Já a intimidade é o que falamos para um círculo muito restrito de amigos ou parentes e finalmente o segredo, bom segredo é para não ser compartilhado com ninguém, certo?
Infelizmente, no cotidiano virtual, anda ocorrendo um certo desarranjo nestes círculos, onde por falta de experiência ou ansiedade, jovens compartilham sua intimidade e até mesmo seus segredos nas redes sociais para depois sofrerem as consequências, muitas vezes destrutivas, em suas vidas pessoais.
A web que se apaga
No Snapchat cada imagem se apaga depois de ser visualizada e, apesar de especialistas forenses digitais serem capazes de recuperar as fotos, para o usuário médio, elas já se foram. O mesmo recurso existe no Telegram, onde usuários podem excluir mensagens de ambos os lados de um bate-papo “secreto”. Eu gosto do Confide, e recomendo para quem quer privacidade ponta a ponta. Além dos serviços de mensagens, buscadores e todas as redes sociais deveriam possuir um “tempo de vida” para o que publicamos e compartilhamos. Insetos da classe efemeroptera vivem apenas poucas horas. A web pode estar se tornando alguma coisa da classe efemeroptera e isto será bom pra você.
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