A rede ativista Avaaz lançou uma campanha solicitando que a Yahoo proíba a venda de marfim (e produtos feitos do material). A petição, que já conta com mais de um milhão de assinaturas, pede à empresa que “urgentemente inerrompa todas as vendas de marfim de sites/plataformas no Japão e em todos os outros mercados”.
O marfim é extraído das presas de elefantes africanos para ser vendido seja em estado bruto, seja na forma de adornos, jóias ou peças maiores feitas do material. Seu preço elevado alimenta uma indústria de caça de elefantes que ameaça os animais de extinção.
Segundo a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres da ONU, um quinto dos elefantes do continente africano podem ser mortos até 2020 por conta desse mercado. A Convenção, da qual o Brasil é signatário, proíbe a venda internacional de marfim desde 1989.
Tanto a Amazon quanto o Google já baniram a venda de marfim em suas plataformas. No site japonês da Yahoo, contudo, itens feitos do material continuam a ser comercializados normalmente. De acordo com o Guardian, os produtos de marfim disponíveis na plataforma nessa semana tinham preços entre US$ 20 e US$ 60 mil.
Resposta da empresa
De acordo com a representação americana do Yahoo, no entanto, a empresa é apenas uma das investidoras da Yahoo Japan, e não tem controle acionário sobre a empresa japonesa. A Yahoo é dono de 35,5% da Yahoo Japan; a maior acionista da empresa é a SoftBank, empresa de telecomunicações também japonesa, que detém 36,4% das ações da empresa.
Não é o primeiro problema do tipo que a empresa enfrenta: em abril de 2015, a Agência de Investigação Ambiental do Reino Unido acusou a Yahoo Japan de vender carne de baleia e de golfinho com níveis elevados de mercúrio. A empresa é o único e-commerce japonês que continua a vender produtos de baleia e golfinho.
Ao Guardian, uma representante da empresa disse que “no Yahoo, nós entendemos as questões levantadas por essa campanha, e não aceitamos de nenhuma forma a venda de produtos feitos de marfim obtido de qualquer animal em risco de extinção. A Yahoo não aceita anúncios de marfim em nossas políticas atuais”