O Spotify surgiu como uma alternativa para pessoas que costumavam ouvir música baixando arquivos ilegalmente da internet. No entanto, o pesquisador Rasmus Fleischer afirma que nos seus primeiros dias o serviço se valia justamente do tipo de compartilhamento ilegal que pretendia combater.

Fleischer fez o comentário em uma entrevista ao site sueco DI.se. De acordo com ele, “a versão beta do Spotify era originalmente um serviço pirata. Ela distribuia arquivos .mp3 que os empregados da empresa tinham em seus HDs’, comentou. Uma das fontes das quais o serviço conseguia seus arquivos, de acordo com o pesquisador, era o próprio Pirate Bay.

O pesquisador, na época, estava envolvido com uma banda que decidiu compartilhar seu novo disco diretamente no Pirate Bay. Pouco tempo depois do disco ser lançado por lá, ele misteriosamente apareceu no Spotify.

A empresa, mais tarde, daria uma confirmação sutil à hipótese de que eles baixaram o disco por torrent: “Eu achei aquilo engraçado. Então mandei um e-mail para eles perguntando como eles tinham conseguido o disco. Eles disseram ‘agora, durante o período de testes, usamos a música que achamos'”.

Ironia

Segundo o TorrentFreak, a história não chega a ser tão surpreendente, já que o Spotify sempre teve uma atitude pragmática com a pirataria. Um dos principais advogados do serviço de streaming já comentou que atrair “piratas” era parte do DNA da empresa.

Por outro lado, Fleischer tamém aponta para o fato de que o crescimento do Spotify se deu justamente durante uma das primeiras quedas do Pirate Bay, em 2006. “Todo o período beta do Spotify está em sincronia perfeita com o processo do Pirate Bay”, diz Fleischer. “Eles não teriam tido tanta atenção se não tivesse sido capaz de pegar essa onda”, completa.