Um mercado que teve seu pior resultado em 10 anos não é exatamente o ambiente ideal para que uma marca se aventure na busca por espaço. No entanto, é exatamente isso que a VAIO está fazendo no mercado brasileiro de computadores em 2015.

Daniel Bergman, diretor da unidade VAIO no Brasil, tem plena consciência dos desafios que o cenário atual apresenta para o retorno da marca. Por outro lado, ele e a marca também têm bastante segurança em sua atitude de voltar ao mercado agora.

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Vácuo Premium

Segundo Bergman, a VAIO realizou uma série de pesquisas de mercado que mostraram que sua marca continuava bastante forte no Brasil e na América Latina. Embora ela não estivesse mais nesses mercados, os consumidores ainda associavam a ela qualidade e sofisticação.

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Um dos motivos pelos quais a marca resolveu voltar ao Brasil agora, apesar do cenário econômico complicado, foi o de aproveitar essa percepção dos consumidores e fortalecê-la, não deixar que ela morresse. Mas esse não foi o único motivo.

As pesquisas de mercado também mostraram que os consumidores sentiam falta de uma marca que ocupasse o espaço “high premium” no mercado de notebooks Windows – dispositivos com qualidade de ponta, design arrojado e atenção meticulosa aos detalhes. E a VAIO viu esse vácuo no mercado como uma oportunidade para voltar e ocupar esse espaço e ser, de certa forma, o iPhone dos notebooks que rodam o sistema operacional da Microsoft.

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Além disso, esse setor, de acordo com Bergman, tem se mostrado relativamente resistente a crise. Embora o mercado de PCs tenha tido nesse ano um resultado bastante negativo, o ramo de notebooks de ponta – no qual a VAIO atua – não viu, segundo ele, uma queda significativa na comparação com 2014. Por mais que o mercado geral de computadores não esteja bem, o segmento no qual a VAIO investe parece ter sido o menos afetado.

Parcerias

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A VAIO não chega sozinha ao mercado brasileiro. Ela chega por meio de uma série de parceria, talvez a principal das quais seja com a fabricante Positivo, que ficará responsável pela montagem das máquinas desenhadas pelos engenheiros japoneses.

Para Bergman, essa parceria foi “muito natural”. No entanto, ela só foi possível após uma cuidadosa aferição de qualidade: a Positivo, de acordo com o executivo, teve que passar por uma homologação para poder realizar essa prestação de serviços. O primeiro lote de dispositivos produzidos pela empresa foi 100% auditado pelos engenheiros do Japão, e apenas depois de seu aval puderam ser comercializados.

A marca também está realizando uma parceria com a FNAC para comercializar seus notebooks. Bergman conta que a FNAC foi “um namoro desde o começo”, e considera que a loja de produtos culturais e eletrônicos é um “parceiro-chave para a volta [ao mercado brasileiro]”.

O executivo da VAIO considera importante que da mesma maneira que o consumidor tenha uma “experiência Premium” com o produto, ele também tenha essa experiência com a loja – seja ela física ou virtual. Então se os VAIOs pretendem ser os iPhones dos notebooks Windows, a FNAC seria a sua Apple Store.

Desafios

Bergman não nega, por outro lado, que será um “desafio bastante grande” encarar o cenário atual do mercado – com a economia brasileira em ritmo desacelerado e as vendas de PCs caindo no mundo todo. Ele considera, mesmo, que seria muito difícil que uma marca nova competisse por espaço nessa conjuntura.

A VAIO, por outro lado, não é uma marca nova, o que deve lhe dar uma vantagem considerável nessa situação. A postura dela nesse momento, segundo o executivo, será a realizar “investimentos mais firmes, certeiros e conservadores” – mas de seguir investindo.

Ainda que o retorno da VAIO esteja bem no começo – os primeiros produtos da linha chegaram apenas em outubro às prateleiras das lojas brasileiras – Bergman afirma que já ve um bom sinal: a receptividade dos varejistas. O fato de que as lojas, mesmo no momento atual, se animem para trazer os notebooks da VAIO para seus estoques pode ser visto como sinal de um futuro positivo.