A Uber está contente com o crescimento de seu serviço no Brasil e pretende expandir o número de profissionais cadastrados. Em entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues, do UOL, o gerente geral regional da Uber para a região central dos Estados Unidos, Canadá e América Latina, Andrew MacDonald, contou que a empresa está crescendo 30% ao mês no Brasil. E a expectativa é de que o número aumente: o aplicativo pretende acrescentar 50 mil motoristas brasileiros em 2016.

O anúncio é promissor: aqui, um motorista do serviço pode faturar até R$ 7 mil por mês.

“Quando a gente olha o Brasil de fora, o quadro parece realmente diferente. Houve uma perda de 1,5 milhão de empregos no ano passado. Há as crises política e econômica. Mas eu preciso dizer que no Uber estamos vendo nossa operação aqui com muito otimismo”, afirma McDonald.

Novos ares
O gerente geral trouxe boas notícias: os próximos passos da Uber devem ser dados nas regiões Norte e Nordeste. “Temos interesse em todas as cidades com 1 milhão de habitantes ou mais, mas não só essas. O Brasil é uma das histórias de maior sucesso do Uber atualmente. A avaliação de 97% de nossos clientes é de 4,8 ou acima, numa escala de zero a 5. Já estou até programando a minha próxima visita”, afirma McDonald, otimista.

Tarifa dinâmica
Uma das principais reclamações dos usuários é o chamado “preço dinâmico”, que varia de acordo com a região em que o usuário se encontra, o trânsito e o número de pessoas solicitando o serviço, o que tradicionalmente é conhecido como “a lei da oferta e da procura”. O executivo conta que a elevação do preço é feita por meio de um algoritmo e que quem não estiver disposito a desembolsar tanto dinheiro pode esperar a tarifa abaixar.

“Durante horários de pico, quando não há motoristas suficientes no sistema, as tarifas sobem (por meio de um algoritmo). Isso ocorre para incentivar mais motoristas a entrar na plataforma. Mas quando os preços aumentam, isso é visto com muita clareza no aplicativo. O usuário pode aceitar ou ser notificado quando o valor da tarifa for reduzido. Nós fizemos uma campanha no Brasil um pouco antes do Natal para mostrar como funciona o sistema dinâmico de valores”, conta.

O que é preciso para ser um motorista do Uber? 

O Uber posiciona-se como uma empresa de tecnologia e não emprega de fato motoristas, oferecendo somente uma plataforma que indica corridas aos interessados. O candidato a condutor precisa cadastrar uma série de documentos no site da empresa, além de, evidentemente, ter CNH (Carteira Nacional de Habilitação) com liberação para atividade remunerada. 

Veja o passo a passo: 

1. É preciso fazer o cadastro no site da empresa (em inglês).

2. Após o registro, é hora de cadastrar o veículo próprio. Entretanto, o Uber faz exigências para cada categoria de serviços. No Uber X, a básica, o carro precisa ter 4 portas, ar condicionado e fabricação em 2008 ou mais recente. Clique aqui para ver a lista de veículos aceitos no sistema. 

3. É preciso fazer o upload de documentos como Certidão de Registro e Licenciamento do veículo, além do bilhete de DPVAT e uma cópia da CNH com atividade remunerada liberada. 

4. O aspirante a motorista Uber também precisa ter um seguro com cobertura a partir de 50 mil reais por passageiro. 

5. O Uber também exige dos seus futuros motoristas certidão e atestado de antecedentes criminais.

ATUALIZAÇÃO: Uma versão anterior dessa nota tinha como título “Uber quer contratar 50 mil motoristas brasileiros em 2016”. Sob solicitação da assessoria de imprensa da Uber, contudo, o título foi trocado pelo atual. Segundo a assessoria, a Uber não contrata motoristas; os motoristas-parceiros da empresa usam a plataforma como motoristas autônomos, e pagam à empresa uma porcentagem do que ganham com as corridas: 20% (motristas do Uber Black) ou 25% (do Uber X).