A Uber anunciou, nesta última segunda-feira, uma mudança no modelo de pagamento para motoristas do serviço. A novidade muda a forma como eles são remunerados, aproximando-se do que acontece nos táxis: agora, em vez de receberem o preço estipulado inicialmente, o valor será recalculado depois que a corrida terminar com base no tempo gasto e na distância percorrida pelo motorista.
Assim, caso o preço estimado tenha considerado 5 quilômetros e 15 minutos, mas a viagem tenha durado 500 metros e 5 minutos a mais, o valor final levará isso em conta — o que deverá ser de grande ajuda aos motoristas em horários de pico, quando há mais trânsito. O mesmo valerá caso a distância e o tempo percorridos sejam menores.
Essa alteração no modelo de pagamento não deverá afetar diretamente o usuário do app, já que o Uber deixará de usar a taxa fixa de 20% no Uber Black e de 25% no UberX e em outras categorias. “A taxa de serviço paga pelos motoristas parceiros à Uber passa a ser variável”, explicou a empresa em comunicado. Assim, haverá “flexibilidade para compensar diferenças de estimativas aos usuários, garantir estabilidade e transparências nos valores”.
A novidade ainda inclui uma atualização no aplicativo para motoristas, que passará a destacar os ganhos líquidos em vez do valor bruto recebido. O valor da taxa cobrada pela Uber deverá aparecer separado na nota de cada corrida.
A mudança no Brasil vem em um momento em que a Uber vem sofrendo pressão nos Estados Unidos. Em Nova York, motoristas do serviço e do rival Lyft, que fazem campanha para aumentar a remuneração, receberam apoio da Comissão de Táxis local ao exigir a garantia de pagamento de um salário mínimo. Hoje, de acordo com reportagem da Folha, a Uber seria o principal empregador privado da cidade norte-americana, com fins lucrativos, caso os motoristas fossem considerados funcionários, e não simplesmente prestadores de serviço.