Testamos o Zenfone Go: aparelho é pior e mais caro que o antecessor

Renato Santino02/10/2015 18h39, atualizada em 02/10/2015 18h45

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A Asus entrou no mercado brasileiro com o pé na porta. O Zenfone 5, primeiro smartphone da empresa no país, chegou para chacoalhar a liderança absoluta do Moto G, smartphone preferido do brasileiro desde seu lançamento, com preço competitivo e configurações acima da média da concorrência. Agora a empresa trouxe ao mundo o Zenfone Go, numa tentativa de renovar o sucesso nesta faixa de preço.

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Ao pegar o aparelho, fica muito claro que a Asus não quis correr muitos riscos em termos de design. O acabamento é do mesmo material que seu antecessor, mas é menor, mais fino e mais leve sem reduzir o tamanho da tela, o que é uma boa.

No entanto, a empresa mantém os botões de navegações capacitivos que não são iluminados, o que era um defeito que permanece na nova geração. O aparelho também conta com os círculos concêntricos metálicos na parte inferior, que dá um efeito interessante na luz e é uma marca registrada da Asus, mas ocupa um espaço desnecessário no aparelho, que poderia ser mais compacto sem eles. De qualquer forma, ele ainda se ajusta melhor à mão, por ser menor que o Zenfone 5.

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Apesar de ter evoluído em design mesmo com poucas mudanças, ele notoriamente regrediu em relação a configurações internas. O Zenfone GO manteve os 2 GB de memória RAM, mas não tem mais um processador Intel Atom, que lhe dava a vantagem de desempenho contra concorrentes de peso na área intermediária. No lugar, entrou um chipset quad-core de 1,3 GHz da MediaTek, empresa conhecida por estar em aparelhos mais modestos, principalmente em smartphones chineses. E isso fez a diferença.

Apesar de a troca de processadores não afetar tanto a navegação do aparelho, rodando o Zenfone 5 e o Zenfone Go lado a lado, é possível notar que o Go tem a tendência de demorar mais para executar aplicativos. Os benchmarks também atestam a piora do aparelho: o 5 que temos na redação obtém melhores resultados mesmo com algum uso, enquanto o Go, que acabou de sair da caixa, acaba se saindo muito pior que seu antecessor.

Os resultados são claros: o Go é mais lento que o 5, ao mesmo tempo em que é mais caro. No AnTuTu Benchmark, a pontuação do modelo antigo chega a 23 mil, enquanto a do novo ficam em 20 mil. No teste 3D Mark, a diferença fica ainda mais evidente, com o antecessor alcançando 3600 pontos, contra apenas 2000 do Go.

Se há algum lado bom na queda de desempenho é que ela pode, em teoria, economizar bateria, que era um problema sério da última versão. No entanto, ainda não tivemos tempo para fazer os testes para confirmar esta tese. Contudo, a bateria diminuiu um pouco, passando de 2.110 mAh para 2.070 mAh, o que não deve fazer muita diferença prática.

A câmera não parece ter sofrido grandes mudanças, e teve resultados parecidos nos dois aparelhos em nossos breves testes. A câmera do Zenfone 5 era mediana, mas com o destaque para a capacidade de fotografar em ambientes escuros melhor do que os rivais graças à tecnologia PixelMaster. Não parece ter mudado muita coisa, mantendo os 8 megapixels na traseira e 2 MP na frente.

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Outro problema que ainda vive no Zenfone Go é o excesso de aplicativos pré-instalados, que já era uma praga no 5 e continuou sendo em todos os outros modelos lançados recentemente pela empresa. A interface, no entanto, parece ter sido modificada levemente para ficar mais simples. A ZenUI roda sobre a versão 5.1 do Android.

A impressão final que ficamos do Zenfone Go é a de que o upgrade não vale a pena, a não ser que a pessoa realmente queira um design um pouco melhor e esteja disposta a sacrificar desempenho por isso. O Go custa mais e faz menos que seu antecessor, e sua única vantagem óbvia é a de ser menor e ser mais leve.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital