De acordo com a Bloomberg, a Apple pretende usar telas OLED em seu próximo iPhone, adotando a mesma tecnologia de display que suas principais concorrentes (como a Samsung) já utilizam em seus aparelhos top de linha. Essa mudança, no entanto, está colocando em risco as finanças de seus principais fornecedores no Japão.

Isso porque as empresas precisarão investir na tecnologia de produção em massa de displays desse tipo. Atualmente, as fornecedoras de telas para os smartphones da Apple produzem apenas displays LCD, que a Apple utiliza ainda hoje nos iPhones 7 e 7 Plus. Segundo o site, os custos relacionados a esse investimento podem chegar a US$ 2 bilhões antes mesmo de que a produção comece.

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Usar telas OLED, no entanto, traz diversas vantagens. Além de oferecer melhor qualidade de imagem, esses displays também consomem menos bateria e são mais flexíveis. Isso significa que eles podem eventualmente ser usados em smartphones com telas dobráveis. Segundo o analista de mercado Takeo Miyamoto da Morgan Stanley, se as fabricantes de displays não adotarem essa tecnologia, elas terão que sair de vez do mercado de smartphones.

Tá dominado

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Para a Apple, um dos principais problemas de mudar as telas dos iPhones de LCD para OLED é que 99%  do mercado de displays OLED é controlado pela sua maior concorrente no setor de smartphones: a Samsung. Por isso, a empresa tem interesse em garantir outros fornecedores, de maneira a não depender de uma concorrente para fornecer os materiais do iPhone.

Fazer isso, no entanto, pode não ser tão simples assim. As duas principais candidatas a esse posto são as fabricantes japonesas de telas JDI Industries e Japan Display. A JDI, segundo números de analistas da Bloomberg, precisaria investir US$ 1,44 bilhões para montar uma linha de produção de telas OLED, e tem avaliado diferentes opções para conseguir o capital junto a bancos e investidores.

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A Japan Display, por sua vez, tem na Apple o seu principal cliente, que responde por cerca de 54% de sua receita. Uma opção para as empresas seria fazer um acordo com a Apple: ela investiria o dinheiro nas fornecedoras, que então pagariam o valor investido com produtos.

No entanto, essa estratégia já de errado para uma empresa: a GT Advanced Technologias. Em 2014, a empresa ganhou U$ 578 milhões da Apple para investir na fabricação de telas de safira para o iPhone 6. Quando a empresa entregou as primeiras telas, no entanto, a Apple não se satisfez com a qualidade dos produtos, o que levou a empresa à falência.