Em qualquer faixa de preço que seja, basicamente todos os smartphones disponíveis no mercado atualmente tem um destes dois problemas: ou a tela é muito sensível e quebra com qualquer quedinha, ou a bateria não dura o suficiente.

Por mais que as empresas continuem investindo em maneiras de consertar esses dois problemas, as melhorias que aparecem nos novos dispositivos parecem, quase sempre, insuficientes. Os vidros podem até ser mais resistentes, mas não aguentam uma queda mais tensa, e as baterias podem até durar mais, mas nunca passam de dois dias (nos raros casos em que chegam a isso).

Um dos motivos para isso é o fato de que as próprias tecnologias que usamos para fazer telas e baterias estão, de certa forma, limitadas. As telas de vidro só podem ser resistentes até certa medida, e as baterias de lítio também têm uma capacidade relativamente limitada.

Soma-se a isso o fato de que as fabricantes quase sempre buscam fazer seus dispositivos serem tão finos quanto possível. Por esse motivo, o vidro da tela não pode ser tão grosso, e a bateria também não pode ter um tamanho desproporcional ao resto do aparelho.

No entanto, por tratar-se de um problema que afeta quase todos os dispositivos, muitas empresas e pesquisadores investem em tecnologias que possam revolucionar as baterias. E ainda que uma mudança radical ainda esteja relativamente distante, já existem alguns experimentos e testes que prometem dar “nova vida” às baterias, ou ao menos contornar a brevidade de suas cargas.

Confira a seguir nove tecnologias que podem acabar com os problemas das baterias de smartphones: 

Oxigênio

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O gás que respiramos também pode dar nova vida às baterias de smartphone. Um estudo publicado no periódico Nature criou uma bateria de lítio-oxigênio que utiliza o superóxido de lítio para gerar energia. Utilizando um cátodo feito de grafeno, a bateria resultante consegue durar até 5 vezes mais que as baterias atuais de smartphone (mantendo o mesmo tamanho), e poderia substituir as baterias atuais sem maiores problemas de compatibilidade.

Hidrogênio 

Uma empresa britânica já conseguiu criar uma bateria a base de hidrogênio que oferece até uma semana de carga aos dispositivos eletrônicos. Com tecnologia inspirada em geradores usado por empresas como Ikea e o banco Morgan Stanley, a bateria gera energia a partir da reação de gás hidrogênio com gás oxigênio. O melhor de tudo é que esse processo gera, como subproduto, apenas vapor d’água.

Empréstimo

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E se você tivesse com pouca energia no celular, mas pudesse pegar um pouco de carga do smartphone do seu amigo, que estava com a bateria quase inteiramente carregada? Isso é o que promete a tecnologia PowerShake, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Bristol. A técnica permite que um smartphone transfira energia para o outro por meio de bobinas e campos magnéticos, sem a necessidade de fios. 2 minutos de carga de um amigo seu, segundo a empresa, permitiriam que você usasse seu smartphone por mais 4 minutos de reprodução de vídeos, por exemplo.

Nanofios de ouro 

Além de durar relativamente pouco, as baterias de íon-lítio que movem os smartphones atuais vão perdendo capacidade com o tempo, e têm uma vida útil de aproximadamente um ano. Os nanofios de ouro, porém, podem estender consideravelmente esse período. Descobertos por acidente, eles podem ser revestidos com dióxido de manganês para evitar a corrosão e durar muito mais do que o lítio. Uma bateria experimental testada pelos cientistas teve perda de apenas 5% de sua capacidade após 200 mil ciclos de carga e descarga.

Carregamento rápido

Pode ser que a capacidade das baterias ainda demore para aumentar, mas pelo menos carregá-las será um processo mais rápido. Tecnologias de carregamento rápido já estão disponíveis em smartphones top de linha, como o Galaxy S7, mas devem se popularizar nos próximos anos – além de ficar cada vez mais rápidas. Uma das técnicas desse tipo desenvolvidas mais recentemente é da MediaTek, que promete dar 70% de carga aos smartphones em 20 minutos.

Energia solar

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Se os smartphones conseguissem usar a energia do sol para se recarregar, bateria não seria um problema – ao menos durante o dia. Felizmente, essa tecnologia já existe. A Kyocera já lançou um dispositivo capaz de se carregar automaticamente quando exposto à luz solar. Embora ela esteja restrita por enquanto a alguns poucos modelos, é provável que, com os recentes avanços no aproveitamento da energia solar, ela se torne mais comum e mais eficiente. 

Redes mais leves

Mesmo que fosse impossível aumentar a capacidade das baterias de smartphone, ainda seria possível fazer com que os processos que os dispositivos realizam fossem mais econômicos. redes Wi-Fi, por exemplo, gastam bateria dos celulares, mas o sistema de “Wi-Fi passivo” desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Washington promete torná-las até 10 mil vezes mais econômicas. O método utiliza ondas analógicas para se propagar e é compatível com as tecnologias atuais de conexão, o que significa que ele não deve demorar muito para chegar.

 

Enxofre

Dentre os materiais já testados para substituir o lítio, um deles é o enxofre. A Sony está pesquisando baterias de dispositivos móveis que utilizem esse elemento, e já declarou que elas podem oferecer até 40% mais duração que as baterias usadas atualmente, com tamanho ainda menor. No entanto, a empresa ainda estava realizando testes para garantir a segurança do novo modelo de bateria.

Sódio

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Se você se lembra das aulas de química, sabe que o lítio pertence à mesma família da tabela periódica que o sódio. Por que não utilizá-lo no lugar do lítio, então? É isso que um grupo de pesquisadores da Universidade do Textas está tentando fazer, em parceria com John Goodenough, o inventor das baterias de íon-lítio. O sódio é muito mais comum e menos tóxico do que o lítio (ele é encontrado no sal de cozinha, por exemplo, e poderia tornar as baterias de smartphone muito mais baratas. No entanto, a tecnologia ainda precisa passar por ajustes de segurança, peso e performance antes de chegar ao mercado.