O desastre do Galaxy Note 7 pode ter deixado consumidores insatisfeitos com a Samsung, mas a empresa também está sofrendo pressão de outra parte: os acionistas. Eles estão encorajando a empresa a se dividir em duas partes como forma de ampliar os dividendos pagos aos investidores.
Uma das partes seria dedicada a gerenciar as operações da companhia, enquanto a outra metade seria uma holding, com o propósito de controlar outras empresas. Parece ser algo similar ao que aconteceu com o Google, que se dividiu em várias empresas menores, responsáveis pelas operações, e criou a holding Alphabet, que supervisiona tudo.
Os acionistas parecem insatisfeitos com o modo como a Samsung é gerenciada, porque os problemas têm se acumulado. Além do fiasco do Note 7, também houve o recall de 2,8 milhões de máquinas de lavar que poderiam ser destruídas durante o uso, causando risco à integridade física dos usuários. Além disso, a sede da companhia em Seul também já sofreu duas batidas policiais devido a investigações ligadas aos recentes escândalos com a presidente Park Geun-hye.
Ações como essa por parte dos acionistas da Samsung não são incomuns, geralmente elas têm o intuito de forçar a empresa a pagar dividendos mais generosos aos investidores. A Samsung ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso, mas uma fonte anônima ouvida pelo Seoul Economic Daily diz que a proposta está sendo avaliada.
O fato é que, neste momento, a situação tem se mostrado negativa para o lado da Samsung. Embora a empresa ainda esteja longe de dar prejuízo, seus resultados no último trimestre ficaram 30% abaixo na comparação com o mesmo período do ano passado, com um lucro de US$ 4,5 bilhões. A empresa espera que o desastre do Note 7 custe US$ 5 bilhões aos seus cofres.