A ascensão do mercado brasileiro de aplicativos é invejável: nos últimos dois anos, o Brasil cresceu 55% em número de instalações de apps. Os resultados — derivados de um estudo da AppsFlyer — não só reforçam a notoriedade do setor brasileiro em parâmetros internacionais, como também explicam a liderança do país no mercado de apps da América Latina, tornando-se o maior consumidor e o comércio com maior e mais rápido crescimento na região.
Nem mesmo a pandemia do coronavírus foi capaz de frear o ganho do setor no país. O levantamento apontou a elevação do uso e das receitas (em 15%) dos aplicativos à medida que os casos de infectados também aumentava no Brasil. Durante a quarentena, as aplicações de compras lideraram os downloads no país. Apps de lifestyle e de entrega de comida também foram destaques.
Receitas dos apps tiveram salto positivo durante a quarentena. Foto: Divulgação/AppsFlyer
O potencial do mercado brasileiro de apps chama a atenção de investidores globais, até mesmo dos mais receosos. Os números positivos dão mais segurança para interessados, já que não se baseiam no acaso, e sim, em transformações de cultura, investimento e marketing que vêm sendo incorporadas no país.
Aumento de smartphones
O crescimento do consumo de apps e da publicidade para aquisição de novos usuários teve forte influência da penetração de smartphones na população brasileira.
Com a sexta maior população do mundo, o Brasil contabilizou 230 milhões de celulares conectados em 2019 — mais de um smartphone ativo por habitante —, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.
No Brasil, smartphones tiveram “boom” de vendas nos últimos anos. Foto: Rawpixel
Brasileiros priorizam os dispositivos móveis
As vendas de celulares no Brasil são voltadas para o público com média de idade de 32 anos. Com isso, estima-se que, com o passar dos anos, as gerações mais antigas já estejam imersas em um estilo de vida móvel.
Os aplicativos de compras são exemplos de cases bem sucedidos. A popularização de seus usos fez com que eles respondam por cerca de 32% de todos os pagamentos de comércio eletrônico no Brasil.
Além disso, 78% dos brasileiros preferem pagamentos via mobile, dando bons indícios de um futuro cada vez mais móvel entre as gerações.
Alcance e escala de anúncios
Dois pontos essenciais de um anunciante ao considerar ingresso em um novo mercado, o alcance e escala parecem estar sendo bem explorados pelo setor brasileiro.
Segundo o AppsFlyer, o Brasil foi responsável por mais da metade dos gastos — entre os países da América Latina — com anúncios de instalação de aplicativos em 2019. Apesar do alto valor pago, os anunciantes estão vendo retorno: 60% das instalações de aplicativos foram resultados de campanhas publicitárias.
Aplicativos de comida são os downloads com maior probabilidade de o usuário adquirir conta premium. Foto: Divulgação/AppsFlyer
Altamente difundidas entre os brasileiros, as redes sociais podem ter papel importante para alanvancar anúncios de apps. O país figura no segundo lugar do ranking de maiores usuários de mídias sociais, possibilitando um grande alcance de mercado.
Assinaturas à vista
Os downloads brasileiros de apps são os que mais se convertem em usuários pagantes. Como os serviços premium têm sido cada vez mais disseminados pelos aplicativos, o grande número de adoção pela população brasileira pode render bons frutos para a empresa.
Os resultados sólidos do mercado brasileiro de apps deve ficar ainda mais forte nos próximos anos. Isso porque os gastos de campanhas de marketing para instalação de apps feitos pelos países latino americanos devem crescer 122% até 2020, alcançando U$ 6,9 bilhões (R$ 91,2 bilhões).
Quem resolver investir no Brasil, pode se dar bem.
Via: VentureBeat