Você acha que o preço do iPhone anda meio alto? Dependendo de quais forem os resultados das eleições presidenciais nos Estados Unidos, o valor do dispositivo deve aumentar ainda mais.

O pré-candidato do Partido Republicano, Donald Trump, afirmou em discursos que, se ele for eleito, a Apple e outras empresas vão ter que fabricar os seus produtos em território norte-americano, ao invés de manter linhas de produção em países asiáticos.

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“Nós vamos fazer a Apple construir os seus ‘malditos’ computadores e coisas neste país, em vez de outros países”, afirmou no início do ano. “A Apple e todas estas grandes empresas terão de fazer seus produtos nos Estados Unidos e não na China ou Vietnã”, discursou agora em março.

Mais problemático que a “falta de patriotismo”, o impedimento de produzir fora dos Estados Unidos seria logisticamente impossível para as empresas, que aproveitam a mão de obra barata de outros locais para conseguir baratear seus produtos.

O professor da Syracuse University, Jason Dedrick, ressalta que a Apple não apenas terceiriza sua produção a um único fornecedor em um único país, ela conta com uma vasta e complexa cadeia de fornecimento para compilar um iPhone. Além de o próprio equipamento de fabricação custar bilhões de dólares e os conhecimentos necessários para executá-lo praticamente só existir nesses locais, essas cadeias de fornecimento são lucrativas para a companhia, que consegue reter cerca de 60% do valor de cada smartphone vendido.

Obviamente, forçar a Apple a mudar sua linha de produção para os Estados Unidos é um pouco de ficção, já que isso não está no âmbito do poder executivo do presidente. O que ele poderia fazer é aumentar tarifas de importação de eletrônicos construídos no exterior, por exemplo.

Mas vale lembrar que colocar uma pressão financeira sobre as empresas mais valiosas do país também não viria sem repercussões econômicas, uma vez que custo de construção e instalações de fabricação chegaria em casa dos bilhões de dólares. Além disso, para reduzir os custos, as empresas podem muito bem investir em automação, deixando de lado o trabalho humano.

Via Wired