As empresas estão investindo cada vez mais no avanço da inteligência artificial. No início do ano, por exemplo, um computador projetado pelo Google DeepMind derrotou um humano em um antigo jogo de tabuleiro.

A conquista elevou as expectativas de um futuro em que os computadores e robôs conseguiriam aprender coisas sozinhos. Por outro lado, surgiram questões a respeito dos limites desse avanço; e se as máquinas vierem a se revoltar contra a sociedade? E se conseguissem prever o futuro?

O assunto é polêmico e dá ‘pano pra manga’. De acordo com o ex-analista do governo israelense e CEO da Epistema, Joab Rosenberg, os computadores não são “criativos”, não “aprendem” e não podem “prever”. O que eles podem fazer é procurar correlações complexas nas bases de dados e apresentá-los como insights.

Existem dois principais obstáculos que impedem máquinas de aprender e prever da mesma forma como os seres humanos fazem: em primeiro lugar porque os computadores só podem ser encarregados de fazer previsões indutivos com base em experiências passadas. Eles preveem o que será sempre uma continuação do comportamento passado.

Isso significa que o poder de previsão de computadores vai funcionar muito bem nos casos em que a realidade não mudar dramaticamente. No entanto, qualquer mudança dramática e imprevisível poderá levar a falhas.

Em segundo lugar, é que, embora os computadores possam ser muito bons em encontrar correlações com níveis estatísticos elevados de confiança, eles também não conseguem julgar o que é verdadeiro ou não.

Por exemplo, o site Spurious Correlations relaciona os dados mais absurdos como os investimentos governamentais em ciência e a quantidade de suicídios em um período. Mas, somente agentes humanos têm a capacidade de entender, compreender o significado e distinguir entre correlações significativas e sem sentido.

Além disso, os seres humanos, ao contrário de computadores, têm uma capacidade única de não só aprender com o passado, mas também inventar um novo futuro através da capacidade de imaginar algo que ainda não existe. Por exemplo, as invenções técnicas demonstram a capacidade da humanidade de inventar um futuro que é essencialmente diferente da experiência histórica. Computadores, por outro lado, não possuem qualquer capacidade de imaginar um futuro diferente.

Dado o fato de que os seres humanos têm essa capacidade imaginar e criar, mudanças futuras nos mercados ou condições geopolíticas não pode ser prevista com base apenas em eventos passados.
Logo, a inteligência artificial pode ajudar as pessoas nas análises de dados, mas as máquinas não serão capazes de tomar decisões além daquelas programadas.

Via TechCrunch