A empresa de pesquisa de mercado IDC revelou hoje mais detalhes sobre o desempenho do mercado brasileiro de celulares no segundo trimestre de 2017. Entre abril e junho deste ano, foram vendidos 12,8 milhões de aparelhos, um número 3,7% maior que nos três meses anteriores e 5,9% maior que no mesmo período do ano passado.
O aumento no número de aparelhos vendidos foi acompanhado de uma queda no tíquete médio dos aparelhos. O tíquete médio é o valor médio pago pelos consumidores nos produtos. No primeiro trimestre de 2017, ele era de R$ 1.067; nos três meses seguintes, caiu para R$ 1.044. Por esse motivo, a receita do mercado ficou “praticamente estável”, segundo a empresa, “na marca de R$ 13,3 bilhões”.
Celulares melhores e mais baratos
De acordo com Leonardo Munin, que analisa o mercado latino-americano de celulares para a IDC, o principal motivo para esse aumento foi o fato de que “o brasileiro está repondo aparelhos comprados há pelo menos três anos, já que esse tem sido o tempo médio de vida da bateria e da tela”.
Nesse momento de troca, os consumidores estariam indo atrás de aparelhos mais capazes, o que implicou numa queda na venda de “feature phones” (celulares mais simples, sem sistema operacional) e num aumento na venda de smartphones. Dos aparelhos vendidos no trimestre, apenas 700 mil foram “feature phones”, uma queda de 44% com relação ao mesmo período em 2016. “Além de trocar de celular, o brasileiro está escolhendo um aparelho mais robusto”, diz Munin.
Isso levou as fabricantes de smartphones a uma competição mais acirrada, o que, por sua vez, levou o preço dos dispositivos a cair “a níveis jamais vistos no Brasil”, segundo a empresa. Como as vendas de “feature phones”, que costumam ser mais baratos, diminuiu, o mais provável é que a queda no tíquete médio e o aumento do número total de vendas estejam associados a essa queda nos preços.
Para os próximos meses, Munin acredita que a tendência de aumento nas vendas por substituição de aparelhos antigos deve continuar. Para o ano, a empresa espera que sejam vendidos 49 milhões de aparelhos, um aumento de 12,6% em relação a 2016. “A grande aposta é a Black Friday, com aumento nas vendas de dispositivos intermediários e premium”, finaliza Munin.