O alto comissário para os direitos humanos nas Nações Unidas, Zeid Ra’ad Al Hussein, alertou que uma “Caixa de Pandora” será aberta se a Apple coopera com o FBI no desbloqueio de iPhone.
Apesar de concordar que a lei deve ser cumprida, ainda mais quando se trata de uma investigação de terrorismo, ele afirma que a criptografia é essencial para a liberdade. “Há muitas maneiras de investigar se esse assassino tinha ou não cúmplices sem precisar forçar a Apple a criar um software para minar as características de segurança de seus próprios telefones”, disse em comunicado.
Ele afirmou que a criptografia e o anonimato são necessários como facilitadores tanto da liberdade de expressão e de opinião, quanto do direito à privacidade. “Com o objetivo de resolver um tema de segurança relacionado à encriptação em um caso, as autoridades correm o risco de abrir uma Caixa de Pandora com implicações extremamente prejudiciais para os direitos humanos de milhões de pessoas, incluindo sua segurança física e financeira”.
Entenda o caso
Syed Rizwan Farook e sua esposa Tashfeen Malik mataram 14 pessoas e deixaram outras 22 feridas quando abriram fogo em seu local de trabalho na Califórnia em dezembro de 2015.
O FBI pediu para a Apple desativar um recurso que apaga os dados do iPhone depois de 10 tentativas incorretas de desbloquear o aparelho a partir da senha de quatro dígitos. O governo também quer ser capaz de executar um software que poderia percorrer as 10 mil combinações possíveis para desbloquear o aparelho do atirador rapidamente.
Via BBC