A recém-divulgada lista dos 500 computadores mais rápidos do mundo é liderada novamente por uma máquina da China, três vezes mais rápida que a lider anterior,o Tianhe-2 (que também era do mesmo país). Trata-se do TaihuLight, da empresa Sunway Systems, que utiliza tecnologia 100% chinesa.

O TaihuLight utiliza cerca de 41 mil processadores, cada um com 260 núcleos de processamento (totalizando 10, 65 milhões de núcleos). A máquina mais rápida dos Estados Unidos, em comparação, tem “apenas” 560 mil nucleos de processamento. Ele também possui 1,3 petabytes (cerca de 1,4 milhões de gigabytes) de RAM, e consome aproximadamente 15,3 megawatts de energia – menos do que o líder anterior.

Essas configurações dão a ele mais que o triplo da capacidade do Tianhe-2. De acordo com o Top 500, ele é capaz de realizar 93 quadrilhões (93 milhões de bilhões) de cálculos por segundo. Isso também faz com que ele seja cinco vezes mais rápido do que o maior supercomputador dos Estados Unidos (que fica em terceiro lugar no ranking mundial).

Supercomputadores desse tipo podem ser usados em uma série de aplicações que requerem quantidades monumentais de cálculos. Algumasd elas incluem meteorologia e previsão do tempo, ou pesquisas científicas de determinadas áreas. No entanto, eles também são vistos pelo governo como armas importantes de segurança nacional, em áreas como pesquisa nuclear e cibersegurança.

Guerra fria dos supercomputadores

Também é notável que toda a tecnologia utilizada no TaihuLight, desde os processadores até a arquitetura de computação, é chinesa. De acordo com a Bloomberg, o Tianhe-2, líder anterior, utilizava processadores da Intel. O site opina que a vitória da tecnologia chinesa nessa lista representa uma ameaçao ao domínio da Intel no mercado.

Segundo o The Verge, o supercomputador foi custeado com o auxílio de um programa governamental chamado de “863 program”. O programa tem como objetivo encerrar a dependência do país em tecnologia estrangeira. Ele vem tendo bastante sucesso, conseiderando-se que, em 2001, a China não tinha nenhum supercomputador na lista dos 500 maiores do mundo.

Atualmente, por outro lado, o país possui 167 máquinas nessa lista. Isso deixa a China na frente dos Estados Unidos, que “só” emplacou 165 supercomputadores nela. Os Estados Unidos também impôs, em 2015, um embargo de exportações de processadores de alta performance para a China, sugerindo que isso seria contrário aos “interesses nacionais” do país, e que um supercomputador chinês anterior já havia sido usado em “atividades de explosivos nucleares”.