A Uber anunciou nesta semana a demissão de 435 pessoas ligadas às divisões de engenharia e de produtos da companhia. É a segunda vez que a empresa anuncia uma demissão massiva apenas neste ano; em julho, cerca de 400 pessoas vinculadas à área de marketing foram dispensadas.
A maioria das demissões, especificamente 85% segundo o site TechCrunch, foi concentrada nos Estados Unidos, onde está a maior parte da força de trabalho da companhia. Os 435 funcionários representavam 8% da equipe ligada à engenharia e à área de produto da Uber.
“Anteriormente, para atingir às demandas de uma startup em hipercrescimento, contratamos rapidamente de forma descentralizada. Apesar de isso ter funcionado para a Uber no passado, nós agora temos 27 mil funcionários em cidades do mundo todo, e precisamos mudar como projetamos nossas organizações”, diz o comunicado da Uber enviado aos funcionários.
Os desligamentos parecem ser uma resposta da companhia ao fato de que a Uber continua perdendo fortunas todos os trimestres. Apenas no último, a empresa registrou um prejuízo de US$ 5 bilhões, o que, é verdade, é uma perda acima da média, resultado de custos não-recorrentes ligados à abertura de capital da empresa na bolsa de valores de Nova York. No entanto, a Uber mantém uma média de perda de US$ 1 bilhão por trimestre. A preocupação do mercado é que a empresa não consiga transformar sua grande base de usuários em lucro em algum momento futuro.
Apesar da perda acelerada de dinheiro e das demissões, a Uber está longe de estar em risco. A companhia, que se mantinha com investimentos externos enquanto tinha o capital fechado, acumulou US$ 8 bilhões aos seus cofres como resultado da abertura na bolsa de valores. Com isso, a empresa fechou o segundo trimestre com mais de US$ 13 bilhões em caixa para continuar investindo.