Saiba como a luz pode afetar o seu bem-estar

Redação29/10/2016 13h28

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Com o iOS 9.3, a Apple apresentou um recurso chamado “Night Shift“, que muda a iluminação das telass dos dispositivos após as 18h. O Google não ficou para trás, e lançou um recurso semelhante na versão 7.1 do Android. Esse interesse todo das gigantes de tecnologia sobre um assunto pouco comum aponta para algo bastante importante: a luz pode afetar drasticamente a forma como nos sentimos ao longo do dia.

Sarah Morgan é a CEO da Nano-Lit Technologies, uma empresa que tenta mudar a forma como nos relacionamos com a iluminação no nosso dia-a-dia. Durante a Mozfest 2016, Morgan argumentou que uma luz mais adequada pode trazer uma série de benefícios, que vão desde mais produtividade até melhor saúde.

Ciclo da luz

De acordo com Michael Karolyi, o gerente de negócios da Nano-Lit Technologies, tudo no nosso corpo funciona de acordo com o ciclo do sol. É a presença ou a ausência da luz do sol que controla o ciclo de produção da melatonina, um dos hormônios responsáveis pelo nosso sono.

Isso porque a luz do sol é composta por uma série de frequências, incluindo luz ultravioleta. A interação da luz ultravioleta com a nossa pele é um dos fatores que regula a secreção de melatonina. Em condições normais, algumas horas após o por do sol (ou seja, por volta das 21h), nosso corpo começa a liberar melatonina e nós sentimos sono.

No entanto, o sol não é a única fonte de luz que emite frequências ultravioletas. Muitas das fontes de luz que usamos atualmente, como os LEDs das telas de smartphone, emitem luz ultravioleta também. Isso acaba “desregulando” o nosso corpo: mesmo após o sol se por, continuamos a receber essas frequência. Por isso, nosso corpo não libera a melatonina naquele horário, e nós ficamos sem sono (ou a qualidade do nosso sono piora).

Iluminação humanocêntrica

A ideia da empresa é criar lâmpadas cuja “temperatura” possa ser regulada de acordo com diferentes horas do dia, para que elas não afetem o ritmo de nossos corpos. Segundo Karolyi, estudos já mostraram, por exemplo, que crianças com distúrbio de déficit de atenção conseguem ficar mais calmas e se concentrar mais em situações de iluminação mais adequada.

Lâmpadas “humanocêntricas”, como a empresa as chama, são diferentes das lâmpadas tradicionais porque não usam LEDs e têm uma gama de cores programável. Elas podem, por exemplo, ser programadas para mudar ao longo do dia por meio de um software.

Com isso, elas ter uma emissão mais intensa de luz ultravioleta durante a manhã, para ajudar as pessoas do ambiente iluminado a “acordar”. Em seguida, conforme o dia avança e o sol se põe, elas podem automaticamente mudar para uma iluminação sem luz ultravioleta para não prejudicar o sono das pessoas.

Teste

Para garantir que sua ideia têm fundamento, Morgan disponibilizou um teste para o público que participou da Mozfest 2016. Pessoas interessadas podiam se expor a dez minutos de luz “forte”, com ultravioleta, de temperatura de aproximadamente 7000 Kelvin. Essa luz, de acordo com Karolyi, fazia com que a capacidade de concentração das pessoas melhorasse.

No começo do teste, uma pessoa da empresa media a frequência cardíaca, pressão sanguínea e temperatura corporal das pessoas. Em seguida, usando um sensor preso à cabeça das pessoas, os funcionários da Nano-Lit mediam o nível de ondas beta do cérebro das pessoas. Essas ondas estão associadas a atividades cerebrais que envolvem concentração.

Feito isso, as pessoas ficavam 10 minutos expostas à luz “forte”. Durante esses minutos, elas eram solicitadas a não olhar o celular, para garantir que a luz “forte” fosse a única fonte de luz a atingí-las. Depois desse tempo, as medidas eram tiradas novamente. Os resultados eram, normalmente, queda na frequência cardíaca e na pressão sanguínea, e aumento na temperatura corporal e no nível de concentração.

O medidor de “concentração” usado pela empresa era ligado ao microcontrolador de um drone. Quando o nível de ondas beta da pessoa passava de um determinado nível, o motor do drone era ativado. De certa forma, portanto, a exposição à luz “forte” permitia que as pessoas se tornassem capazes de fazer um drone levantar voo com o poder de sua concentração. Um vídeo do experimento pode ser visto abaixo:

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital