A IBM anunciou que deve se dividir em duas empresas a fim de ampliar o seu foco na computação em nuvem (cloud computing). Até 2021, uma nova companhia será criada com o intuito específico de cuidar dos seus atuais sistemas legados, enquanto a marca como a conhecemos ampliará seus esforços nas ofertas em cloud – um setor hoje dominado por Amazon (AWS) e Microsoft.
O anúncio foi muito bem recebido por investidores. Após o comunicado divulgado nesta sexta-feira (9), as ações da IBM aumentaram seu valor em 6%.
O CEO da IBM, Arvind Krishna. Foto: drserg/Shutterstock
“Nós deixamos de investir em redes nos anos 2000, paramos de investir em semicondutores há cinco anos porque estes [negócios] não necessariamente combinaram com a nossa proposta de valor integrado”, disse o CEO da IBM, Arvind Krishna, em comunicado.
O executivo continuou: “Para incentivar o crescimento, a nossa estratégia deve ter raízes na realidade do mundo em que vivemos e no futuro que nossos clientes desejam construir. Hoje, a nuvem híbrida e a inteligência artificial se tornam rapidamente o foco do comércio, das transações e, com o tempo, da computação”.
Vale lembrar que o atual CEO da IBM foi a principal figura na aquisição da Red Hat, uma empresa de negócios em nuvem, por US$ 34 bilhões, em 2019. A IBM estima que a separação da empresa vá custar cerca de US$ 5 bilhões.
Estreia bilionária
A empresa a derivar da IBM após a separação se chamará “NewCo” (um nome provisório que, em uma tradução livre, será chamada de “NovaEmpresa”), respondendo publicamente como “uma divisão de infraestrutura de propriedade da IBM”. A expectativa é que o processo de separação seja finalizado no início de 2021.
IBM vai se concentrar nos negócios em nuvem a partir de 2021, mas seus sistemas legados e de infraestrutura serão posicionados em uma nova empresa. Foto: Andrei Stanescu/iStock
Segundo Krishna, a NewCo deve atingir US$ 19 bilhões em receita anual, oferecendo seus serviços a “75% das empresas listadas na Fortune 500”. Mais além, a NewCo vai estrear no mercado com 90 mil funcionários. O nome definitivo será divulgado também em 2021.
De acordo com Moshe Katri, analista da empresa de pesquisa de mercado Wedbush Securities, a medida ambiciona atrelar a marca “IBM” a modelos de negócio mais lucrativos: “Essencialmente, a IBM está se livrando de uma operação de baixa margem, que vem encolhendo frente à canibalização da automação e da nuvem, buscando um crescimento mais sólido para o restante da operação”, comentou à BBC.
Fonte: BBC