Google vai começar a cobrar por aplicativos pré-instalados no Android na Europa

Renato Santino16/10/2018 18h29

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O Google anunciou nesta terça-feira, 16, uma das maiores mudanças no modelo de negócios do Android. Depois de sofrer uma multa de US$ 5 bilhões da União Europeia, a empresa decidiu parar de pré-instalar apps no Android e começará a cobrar uma licença pelo uso desses serviços por parte das fabricantes na Europa.

Diante da multa histórica, o Google optou por começar a cobrar licenças pelos seus apps. A empresa está propondo dois planos: uma das licenças incluiria a loja de apps do Google Play, o Gmail, o YouTube, enquanto outra incluiria o buscador da empresa e o navegador Chrome. Os preços ainda não foram divulgados.

Até hoje, o modelo de negócios da empresa com o sistema envolvia oferecer gratuitamente aplicativos como Chrome, YouTube, Maps, Gmail e, mais importante, o Google Play, para as fabricantes e faturar com o uso desses serviços pelos usuários, coletando dados do público e oferecendo anúncios. Essa foi a forma encontrada para monetizar o Android, já que o sistema em si é totalmente grátis e de código aberto, dando liberdade total de adaptação e modificação para as fabricantes.

Contudo, a União Europeia julgou que esse modelo tinha características monopolistas, criando uma concorrência desleal. O Google diz que não pretende mudar a característica open-source do Android, que continuará sendo grátis e livre para ser adaptado, mas a utilização do sistema como vemos hoje não será mais gratuita na Europa. No resto do planeta, nada muda.

De fato, a gratuidade do sistema e dos apps pré-instalados foi um dos grandes diferenciais que levaram o Android a ser o sistema operacional mais popular do mundo (mais usado até mesmo que o Windows atualmente). O Windows Phone, por exemplo, sofreu muito no passado porque as fabricantes não queriam pagar por uma licença para a Microsoft quando poderiam ter a alternativa grátis do Google. Agora é esperar para ver se a mudança no modelo de negócios causa alguma transformação no mercado europeu.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital