A empresa estadunidense Moon Express se tornou recentemente a primeira empresa privada a ter planos aprovados para lançar uma espaçonave até a Lua. O primeiro lançamento da empresa seria apenas um teste, mas a Moon Express pretende, no futuro, minerar elementos e metais raros no solo lunar.
A Moon Express é uma das concorrentes do Google Lunar X Prize, um concurso do Google para enviar o primeiro veículo de fundos privados para a Lua. De acordo com o cronograma do concurso, a empresa tem até o final de 2017 para realizar a façanha, e disse ao The Verge que pretende cumprir o prazo.
Nessa primeira viagem, a empresa pretende apenas testar a possibilidade de enviar naves e materiais até a Lua sem acidentes. Dessa vez, a espaçonave será lançada no foguete Electron, construído pela startup Rocket Lab. O CEO da Moon Express, Bob Richards, disse que pretende continuar a realizar mais viagens na sequência e tem planos de trazer material de volta da Lua em 2020.
Leis do espaço
Apesar dos inúmeros desafios relacionados a uma viagem lunar, o principal empecilho à realização dos planos da Moon Express, segundo o CEO, eram regulatórios. Isso porque atualmente não existem leis nos Estados Unidos que determinem diretrizes para missões privadas desse tipo. A empresa só conseguiu aval governamental para seu plano após discutir uma regulamentação provisória com a Casa Branca e a agência federal de aviação dos EUA (a FAA).
Outro desafio da empresa foi coordenar seus planos com acordos internacionais sobre exploração espacial. Por exemplo, a Moon Express teve que garantir que fornceria comunicações constantes ao governo dos EUA sobre o andamento da missão, e que não interferiria com as espaçonaves ou equipamentos de outras agências.
Foi necessário também que a empresa demonstrasse à FAA que seria capaz de respeitar as “leis de proteção planetária” previstas no tratado internacional Outer Space Treaty, assinado por 104 países (incluindo os EUA). Dentre as medidas necessárias estava garantir que o equipamento da Moon Express não espalharia bacterias na superfície lunar que pudessem afetar o ambiente.
Nova fronteira
Com a aprovação da viagem da Moon Express, a possibilidade de que empresas privadas comecem a utilizar o espaço como uma nova fronteira comercial se torna ainda mais próxima. O mercado de mineração de asteroides, por exemplo, já está começando a ser planejado, e já foi avaliado em mais de um trilhão de dólares.
Casas e módulos habitacionais no espaço e em outros planetas também são um mercado promissor para o futuro. Uma empresa que já vem investindo nesse ramo é a Bigelow Aerospace; a empresa já testou um módulo habitacional expansível na Estação Espacial Internacional, e está desenvolvendo módulos habitacionais para Marte em parceria com a NASA.