Disney anuncia serviço de streaming e deve abandonar a Netflix

Renato Santino08/08/2017 22h41, atualizada em 08/08/2017 22h50

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Durante o anúncio de seus resultados trimestrais, a Disney revelou uma nova estratégia que pode atrapalhar bastante a Netflix. A empresa do Mickey informou que criará seu próprio serviço de streaming de vídeo por assinatura, que começará a funcionar a partir de 2019.

A notícia é ruim para a Netflix por um fato: desde 2012, as duas empresas possuem um acordo de exclusividade para distribuição de conteúdo no serviço de streaming. Essa parceria dá aos clientes da Netflix acesso a conteúdos de peso, como os filmes da saga “Star Wars” e seriados com personagens da Marvel, incluindo também várias animações da Pixar.

Quando o acordo começou, no entanto, não foi revelada uma data de encerramento do contrato. É bastante provável, embora não confirmado, que essa parceria se encerre exatamente em 2019, quando o serviço da Disney, ainda sem nome e preço, começará a funcionar.

Segundo o anúncio, o novo serviço será “a casa exclusiva para vídeo sob demanda por assinatura dos novos filmes e animações da Disney e da Pixar”, contando também com “filmes originais, programas de TV, conteúdos mais curtos e outras exclusividades com a marca Disney”.

Movimentos como o da Disney já têm se tornado uma rotina para a Netflix. Conforme a empresa, que se tornou sinônimo de streaming por assinatura, cresce, seus parceiros percebem que talvez seja mais rentável tomar o mesmo caminho em vez de apenas licenciar seu conteúdo para que ele seja exibido na plataforma. O resultado é uma fragmentação do mercado, com cada produtor trancando o seu conteúdo atrás de uma assinatura, forçando o consumidor a assinar vários serviços para ter acesso a tudo.

A Netflix há tempos já percebeu esse movimento do mercado. Por esse motivo, a companhia tem investido bilhões de dólares na criação de filmes e seriados de produção própria como forma de atrair público mesmo quando tantas grandes produtoras estão abandonando a plataforma. Mesmo assim, seus acionistas parecem não ter gostado da notícia da saída iminente da Disney, com a ação caindo quase 3% após a informação ser revelada.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital