O diretor jurídico da Microsoft, Brad Smith, anunciou hoje em um post no blog da empresa que a Comissão Europeia aprovou a compra do LinkedIn pela Microsoft. Com a aprovação da Comissão (que é o braço executivo da União Europeia), o negócio de US$ 26 bilhões já pode ser finalizado.

Segundo Smith, a aprovação da Comissão Europeia ocorreu após avais semelhantes de órgãos reguladores nos Estados Unidos, Canadá, Brasil e África do Sul. Em todos os casos, a preocupação dos órgãos reguladores de mercado era de que a combinação das duas empresas levaria a Microsoft a adotar medidas que prejudicassem outras companhias de tecnologia do ponto de vista competitivo.

Concessões

No entanto, para conseguir a validação da Comissão Europeia, a Microsoft precisou fazer algumas concessões a solicitações do órgão. A Reuters já havia reportado que negociações desse tipo estavam acontecendo, e hoje a empresa confirmou.

Por exemplo, a Microsoft prometeu que, caso venha a criar um aplicativo de desktop para o LinkedIn, ela não fechará negócios com fabricantes de computadores para colocá-lo pré-instalado nos dispositivos na União Europeia de uma maneira que prejudique outras redes sociais. Além disso, caso esse app seja desenvolvido, a Microsoft deverá permitir que fabricantes de PCs na União Europeia optem por não incluí-lo nas versões do Windows que venderão aos seus consumidores.

Segundo o anúncio de Smith, a empresa deverá seguir investindo na integração do Office com outras redes sociais, de modo a não dar uma vantagem injusta ao LinkedIn. Promoções realizadas na Windows Store também não poderão ter qualquer tipo de exclusividade associada ao LinkedIn.

Momento importante

De acordo com o diretor jurídico da empresa, graças a essa aprovação, “nós já obtivemos todos os avais regulatórios necessários (…) e o negócio deve ser fechado nos próximos dias”. Com isso, diz Smith, “podemos unir duas grandes empresas e focar em questões maiores para o futuro”.

Trata-se de algo importante, na opinião dele, já que “os eventos dos últimos seis meses aumentam a importância não apenas dessa oportunidade de negócios, como também das questões sociais maiores ligadas a elas”. Por “eventos dos últimos meses”, Smith se refere a “eleitores no Reino Unido terem votado por sair da União Europeia” e “uma tumultuosa campanha de eleição presidencial nos EUA ter chegado ao fim”. 

Em outras palavras, Smith considera que a eleição de Donald Trump representa um momento importante para o fortalecimento de uma rede social voltada para empregos. Não é sem motivo que essa situação preocupa o diretor jurídico da Microsoft: as empresas de tecnologia do mundo todo podem enfrentar problemas sérios durante sua presidência.