CEO do Snapchat é acusado de dizer que seu app não é para pobres

Redação13/04/2017 08h22

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Um ex-funcionário da Snap abriu processo contra a companhia alegando que a dona do Snapchat tem “queimado” seu nome no mercado, dificultando uma recolocação profissional. Só que, nos autos do processo, surgiu uma informação curiosa a respeito do CEO da empresa, Evan Spiegel: ele teria certo preconceito contra pobres.

Essa sugestão vem de um relato feito pelo ex-funcionário, Anthony Pompliano, sobre uma reunião realizada em 11 de setembro de 2015. Na ocasião, ele apresentou resultados de um levantamento indicando que a Snap vinha calculando erroneamente dados de crescimento e penetração do Snapchat.

Como exemplo, Pompliano teria citado oportunidades perdidas na Espanha e na Índia, dois países com forte mercado de smartphone, mas que apresentavam resultados fracos para o Snapchat. Neste momento, Spiegel teria dito: “Este aplicativo é somente para pessoas ricas. Não estou interessado em expandir dentro de países pobres como Índia e Espanha.”

Essa reunião teria sido realizada como uma tentativa de Pompliano de demonstrar que o alto escalão da empresa não sabia realmente como estava o desempenho do Snapchat e, por isso, passava informações incorretas ao mercado.

Na ocasião, oficialmente se dizia que o número de usuários ativos por dia era de 100 milhões, quando, segundo o ex-funcionário, a realidade mostrava algo entre 95 milhões e 97 milhões. A taxa de crescimento, que a Snap dizia ser de dois dígitos por mês, era, na verdade, de 1% a 4% por trimestre. A companhia dizia reter 40% dos usuários sete dias após a instalação do app, mas Pompliano refuta: só cerca de 20% das pessoas permanecia.

Foram só três semanas de emprego, mas as revelações teriam levado o CEO a relatar a outros dois executivos que “Pompliano representava um risco para a IPO do Snapchat”. Ele foi demitido no dia seguinte a uma segunda reunião sobre crescimento (em que houve mais discordâncias) e diz que desde então não consegue arrumar emprego porque a Snap fala mal dele para outras empresas.

Os documentos do processo foram obtidos pela Variety e mostram também a posição da Snap sobre o caso. A princípio, a companhia vinha tentando manter a história sob sigilo porque havia detalhes de mercado na ação, o que poderia prejudicá-la frente à concorrência. Seus advogados afirmam que Pompliano era um “funcionário descontente [que] foi demitido devido a uma performance ruim”.

“O fato simples é que ele sabe exatamente nada sobre as métricas atuais da Snap”, argumenta a companhia. “Ele e seus advogados estão — para ser completamente honesto — simplesmente inventando coisas.”

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital

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