Celulares da Samsung perdem espaço no mercado para aparelhos chineses

Daniel Junqueira02/11/2018 15h16, atualizada em 02/11/2018 20h00

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Maior fabricante de smartphones no Brasil, a Samsung enfrenta dificuldades em outras partes do mundo. Com queda nas vendas em todas as faixas de preço, a fabricante coreana vê sua fatia de marketshare cair ao mesmo tempo que chinesas ganham cada vez mais espaço no mercado. Assim, a empresa já prepara mudanças para seu portfólio de celulares para tentar conter o avanço chinês e defender a liderança no mercado global.

Nos últimos meses, empresas chinesas como Huawei e Xiaomi registraram um grande crescimento na venda de smartphones: a Huawei, por exemplo, teve aumento em 32% na comercialização de celulares no terceiro trimestre do ano e se tornou a segunda maior fabricante do mundo, superando a Apple. Dados das consultorias IDC e Strategy Analytics colocam a fabricante com cerca de 14% de marketshare, sendo que no mesmo período do ano passado ela tinha 10%.

Já a Xiaomi movimentou 20% mais aparelhos no trimestre e também aumentou sua participação no mercado global – ela tinha 7% no terceiro trimestre do ano passado e agora tem 9%.

A situação representa algum perigo para a Samsung. Analistas de duas consultorias sugerem que a coreana está perdendo espaço em todas as faixas de preço. Se o Galaxy S9 lançado no começo do ano teve desempenho comercial decepcionante, as linhas intermediárias e baratas também estão em queda – e as vendas de celulares da Samsung caíram 13% no terceiro trimestre, segundo dados das consultorias.

Ao mesmo tempo, a Samsung viu suas vendas caírem em todas as faixas de preço, segundo análise de duas consultorias. O Galaxy S9 lançado no começo do ano teve desempenho comercial decepcionante, e as vendas linhas intermediárias e baratas também estão em queda. No terceiro trimestre, a Samsung comercializou 13% menos celulares no terceiro trimestre em relação ao ano passado, segundo as consultorias.

Para reverter o cenário negativo, a Samsung deve reforçar suas linhas intermediárias e básicas – os celulares Galaxy A e J, por exemplo. A fabricante coreana já disse que vai priorizar a inclusão de novos recursos em aparelhos médios em vez dos top de linha, e já começou a colocar isso em prática com o Galaxy A9, que conta com quatro câmeras traseiras. Além disso, o lançamento do celular dobrável prometido há anos pela empresa deve ajudar a posicioná-la como uma das forças inovadoras do mercado.

Por enquanto, o avanço chinês está restrito à Ásia – China e Índia, principalmente. A Samsung segue como a líder global na venda de celulares. IDC e Strategy Analytics colocam a coreana com cerca de 20% de marketshare e 72 milhões de celulares vendidos pelo planeta, mas a força da Samsung já foi maior: no ano passado, ela tinha 21% de marketshare com mais de 83 milhões de aparelhos vendidos pelo mundo.

Apesar da força no oriente, Huawei e Xiaomi têm dificuldade em se estabelecer no oriente. A Huawei sofre forte pressão dentro dos Estados Unidos e não consegue sequer vender aparelhos por lá. No Brasil, a Positivo fechou um acordo para distribuir aparelhos da Huawei pelo país, mas até agora nenhum chegou às lojas. Já a Xiaomi tentou uma aventura dentro do Brasil que não foi bem sucedida, e a empresa deixou o país sem alarde depois de muito tempo em silêncio.

Ex-editor(a)

Daniel Junqueira é ex-editor(a) no Olhar Digital