Moedas virtuais, como a bitcoin e a ether, estão se tornando cada vez mais populares – tanto que um país pode estar prestes a lançar a primeira moeda virtual estatal – e a rede de fast food Burger King quer entrar nesse jogo. A empresa anunciou na semana passada uma parceria com a plataforma Waves para lançar a sua própria moeda virtual, que vai se chamar “WhooperCoin”, na Rússia.

O nome faz referência ao “Whooper”, o icônico lanche da cadeia (o “BigMac do Burger King”, por assim dizer). Os clientes dos restaurantes ganharão WhooperCoins cada vez que comprarem um Whooper – cada rublo que eles gastarem em Whoopers será convertido em uma WhooperCoin. A moeda virtual pode ser gerenciada por meio da plataforma Waves, que é a cadeia rival da etherium. Cada rublo vale aproximadamente R$ 0,05.

Dessa forma, os consumidores poderão acumular WhooperCoins, usá-las para pagar por lanches, enviá-las a amigos ou até mesmo vendê-las pela plataforma. De acordo com a BBC, será possível comprar um Whooper por 1.700 WhooperCoins, o que significa que os clientes da cadeia de fast food ganharão um lanche a cada cinco ou seis que comprarem. Em breve, a rede pretende lançar também aplicativos para Android e iOS por meio dos quais seus clientes poderão gerenciar suas WhooperCoins. 

Nas palavras do diretor de comunicações externas do Burger King na Rússia, Ivan Shestov, “agora o Whooper não é apenas um hambúrguer (…), é também uma ferramenta de investimento”. Como a previsão dele é de que moedas virtuais aumentem exponencialmente de valor, “comer Whoopers agora é uma estratégia para prosperidade financeira amanhã”, diz Shestov.

Criptomoedas

Segundo a rede de notícias CNBC, a novidade mostra uma mudança de postura do governo russo diante das moedas virtuais. Antes, segundo o site, pessoas que negociavam moedas como a bitcoin poderiam até mesmo ser condenadas a passar um tempo atrás das grades. Mas, em uma entrevista recente, o vice-primeiro-ministro do país, Igor Shuvalov, disse ser “um apoiador” dessas moedas.

Um possível motivo para a resistência do governo diante das moedas é o seu sigilo absoluto. Elas operam em “blockchain”, que são basicamente cadeias de transações virtuais sobre as quais nenhum usuário individual tem controle. Por isso, é praticamente impossível violar a segurança das cadeias, alterar os dados contidos nelas ou descobrir a identidade de seus usuários que optaram pelo anonimato. E a Rússia tem uma política fortemente contrária à neutralidade da rede.