Amazon nega violação de dados de empresas parceiras

Empresa conduziu investigação interna sobre relatos de que funcionários teriam acesso a dados individuais das operações de empresas terceiras para obter vantagens competitivas
Redação07/10/2020 22h31, atualizada em 07/10/2020 23h33

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A Amazon afirmou, em carta enviada neste domingo (4) ao Comitê Judiciário da Câmara dos Estados Unidos, que uma investigação interna não identificou violações na política de proteção aos dados de empresas terceiras na plataforma de comércio eletrônico da companhia.

O caso remete a uma reportagem do The Wall Street Journal, publicada em abril, em que ex-funcionários e vendedores da Amazon disseram que trabalhadores da empresa tinham acesso a dados individuais de vendas de outras companhias e se aproveitavam dessas informações estratégicas para lançar produtos concorrentes.

A prática é vedada por regras internas da gigante de tecnologia. O artigo expõe, no entanto, dois episódios envolvendo a comercialização de almofadas de bancos de carros e organizadores de porta-malas.

O documento assinado pelo vice-presidente de políticas públicas da Amazon, Brian Husseman, alega, no entanto, que um dos ex-funcionários que denunciou as supostas irregularidades acessou somente dados agregados sobre os produtos – o que estaria em conformidade com as políticas da empresa.

Os dados agregados, no caso, são informações de vendas de produtos em que constam os números de mais de um fornecedor. A empresa do bilionário Jeff Bezos argumenta que a matéria do The Wall Street Journal usou o termo dados de forma genérica para se referir aos dados individuais e agregados de vendedores na plataforma.

Sobre os casos específicos expostos pelo jornal, a gigante do varejo diz que as mesmas empresas que acusaram a prática lesiva seguem operando na plataforma até hoje. Além disso, argumenta que os números de venda do organizador de porta-malas do vendedor citado no artigo são superiores ao do produto oferecido pela própria Amazon.

“Quando a Amazon lançou seu organizador de porta-malas de marca própria em outubro de 2019, mais de 800 outros concorrentes estavam disponíveis na loja”, diz o documento.

“Investigação limitada”

A carta foi enviada apenas dois dias antes do Congresso dos Estados Unidos publicar seu relatório final com críticas ao comportamento anticompetitivo da Amazon, Google, Apple e Facebook.

Ainda assim, o arquivo do subcomitê antitruste faz referência ao documento assinado por Husseman, mas indica que a “investigação limitada” da Amazon sobre apenas dois produtos não anulam os depoimentos de ex-funcionários e vendedores da plataforma virtual.

O Comitê aponta que as conclusões do grupo são consistentes com os relatos públicos sobre o mau uso de dados de vendedores pela Amazon. O documento dá ênfase a um ex-funcionário anônimo da equipe de marketplace da companhia, que acusou a empresa de usar dados particulares de forma indevida para descobrir oportunidades de mercado.

“Todos podem ter acesso a tudo que quiserem… Há uma regra, mas não há ninguém que imponha ou verifique [o cumprimento]”, diz o relatório.

A Amazon, por sua vez, afirmou na carta que as políticas de proteção aos dados de empresas parceiras são sustentadas com treinamentos exclusivos, auditoria e investigações de denúncias de violações das regras.

Via: Geekwire

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital