Em 2014, a Lenovo comprou a Motorola por US$ 2,91 bilhões e, em janeiro de 2016, acabou com o nome original da marca e a substituiu por “Moto by Lenovo”. A fabricante passou a vender, então, duas linhas de smartphones: Vibe e Moto. Em breve, porém, isso também pode mudar.

A sucursal asiática do jornal britânico Campaign noticiou nesta semana que a MBG (Mobile Business Group, braço da Lenovo que cuida de dispositivos móveis) vai unificar as duas linhas. Isso significa que, no futuro, não veremos mais smartphones com a marca Vibe ou Lenovo, mas apenas Moto.

Segundo Yang Yuanqing, presidente global da Lenovo (que é uma empresa chinesa), os smartphones produzidos pela fabricante têm mais sucesso comercial fora da China do que em seu mercado doméstico, impulsionados, principalmente, pela marca Moto. Isso pode ter motivado os acionistas chineses a cobrar uma mudança de postura.

A nova estratégia teria sido escolhida juntamente ao anúncio da nova presidente da MBG, Gina Qiao, ex-presidente global de recursos humanos da Lenovo. Segundo uma reportagem da revista norte-americana Forbes, Gina é uma das principais líderes no processo de globalização da empresa, tendo forte envolvimento com a aquisição da Motorola e dos negócios de PCs domésticos da IBM em 2004.

Brasil

Não está claro ainda, porém, se a unificação das linhas de smartphone será global ou se ocorrerá apenas na China. No Brasil, por exemplo, a Lenovo lançou no começo do ano o Vibe K5, um smartphone intermediário que custa menos de R$ 1 mil e que não demorou para chegar ao topo do ranking dos smartphones mais procurados no país.

Em outras palavras, o mercado brasileiro recebeu muito bem a marca Lenovo no ramo de smartphones, sem qualquer rejeição – principalmente por conta dos preços convidativos dos produtos. Acabar com a linha Vibe pode ser uma boa ideia para outros países, mas não parece uma decisão adequada considerando a evolução da marca no Brasil.

Procurada pelo Olhar Digital, a representação brasileira da Lenovo não quis confirmar ou negar a informação. “O que podemos compartilhar neste momento é que estamos sempre avaliando o que funciona melhor em cada mercado e para nossos consumidores. Assim, continuaremos evoluindo de forma permanente”, disse a empresa em comunicado.

Economia

A Lenovo disse ainda que “os resultados do segundo trimestre fiscal de 2016 da companhia, divulgados na semana passada, mostram que a unidade de negócios de smartphones está ganhando cada vez mais mercado após nossos lançamentos recentes”, e que, por isso, estão “entusiasmados com o que está por vir em 2017”.

Os resultados fiscais da Lenovo de fato mostram um crescimento na comparação com o trimestre anterior, mas, em relação ao ano passado, a divisão mobile da empresa teve uma queda de receita em torno de 12%. As vendas de PCs ainda contam por mais de 70% da receita anual da fabricante ao longo do ano.

Além disso, as vendas de smartphones da marca Moto cresceram 40% nesse trimestre, conduzidas pelo Moto G4 e pelo Moto Z e seus acessórios modulares. Há poucas semanas, porém, a Lenovo organizou uma demissão em massa em escala global que cortou, principalmente, funcionários da divisão mobile (cerca de 1 mil pessoas).