O noticiário de política internacional surpreendeu parte do público nesta sexta-feira, 24, com a notícia de que o Reino Unido decidiu deixar a União Europeia em referendo. As consequências da decisão também afetaram o mercado da tecnologia, que reagiu com cautela e preocupação à novidade.
Segundo uma apuração feita pela Wired, as startups baseadas no Reino Unidos foram as principais empresas a se incomodar com o resultado do referendo. Nenhuma das empresas avaliadas em menos de US$ 1 bilhão foram a favor da saída da União Europeia, alegando preocupação com seus planos de crescimento e como a decisão afetaria negócios com outros países do bloco.
O TechUK, grupo de financiamento que representa mais de 900 empresas de tecnologia no Reino Unido, disse ainda que a decisão “abre muitas incertezas sobre o futuro”. “Empresas de tecnologia terão de se unir e falar com uma só voz para garantir que suas necessidades serão compreendidas e asseguradas”, declarou o grupo.
Uma pesquisa feita com profissionais da indústria de tecnologia britânica em março deste ano já se antecipava negativamente ao resultado desta sexta. Entre os mais de 3 mil entrevistados, incluindo engenheiros de software, técnicos e gerentes, 87% eram contra a saída do Reino Unido, enquanto 3% eram favoráveis e 10% preferiram não responder na ocasião.
O mundo da ciência também reagiu com pouco entusiasmo. Dame Julia Goodfellow, presidente da associação Universities UK – formada por 133 universidades britânicas – disse que a primeira ação do grupo será “convencer o governo do Reino Unido a garantir que pesquisadores e estudantes da União Europeia continuem trabalhando e estudando em universidades britânicas”.
A Wired também ressalta que muitos cientistas trabalhando no Reino Unido são beneficiados por fundos da União Europeia: cerca de 18% de tudo o que os países recebem do bloco econômico são destinados ao setor de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico. Uma redução nesse financiamento pode causar um impacto significante.