A inaptidão do Twitter para lidar com os haters que corroem sua plataforma foi um dos principais responsáveis por fazer com que interessados desistissem de comprar a companhia.

Dentre os quatro gigantes que apareciam como potenciais compradores, Apple, Google, Disney e Salesforce, sabe-se que pelo menos os últimos dois colocaram a situação na balança na hora de tomar a decisão.

No caso da Disney, a Bloomberg conversou com pessoas dentro da companhia que disseram haver um temor de que o ódio que circula pelo Twitter contaminasse a sua imagem de marca familiar. A Disney chegou a contratar dois bancos de investimento — JPMorgan Chase e Guggenheim Partners — para avaliar a possibilidade e houve até encontros com executivos do Twitter, mas no fim a empresa achou que seria arriscado demais.

Quanto à Salesforce, que aparecia como uma das mais interessadas, a CNBC afirma que foi feita a análise de que “os haters reduzem o valor da companhia”. O Twitter até tem mecanismos de filtragem para combater o assédio, mas eles não funcionam em larga escala. “Vários dos apostadores [dentro da Salesforce] estão observando as pessoas com muitos seguidores e vendo o ódio”, comentou o analista da CNBC Jim Cramer.

Por anos o Twitter vem sendo criticado por não lidar com a questão de forma satisfatória, mas esta parece ser a primeira vez que isso pesou no bolso. Afinal, a sequência de negativas por parte de possíveis compradores tem feito com que o valor das ações — e, consequentemente, da companhia — desça cada dia mais. Ao ponto em que o Weibo, clone chinês do Twitter, tenha passado a valer mais do que o próprio Twitter.