“Devemos encontrar uma maneira de pará-lo. Eu não sei como fazer isso. Isso é mais para os tribunais e os legisladores, mas, da minha perspectiva, é errado permitir que isso continue”. A declaração controversa sobre os vazamentos de Snowden, que abalaram o mundo em 2013, é de Keith Alexander, o mais novo membro do conselho de diretores da Amazon (adicionado também ao site oficial do conselho da empresa), segundo documento da Securities and Exchange Commission publicado nesta quarta (9).

O mais novo cargo do ex-diretor da Agência Nacional de Segurança Nacional (NSA) e primeiro comandante do Comando Cibernético dos EUA tem um objetivo claro: evitar derrotas como a de outubro passado, no qual a empresa de Jeff Bezos deixou de embolsar US$ 10 bilhões em um contrato de computação em nuvem com o Pentágono. Com o novo conselheiro, a Amazon espera conquistar experiência em contratos de defesa, um foco particular da companhia. 

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Keith Alexander era chefe da NSA quando a agência construiu o enorme sistema de vigilância doméstica voltado para os norte-americanos. O que anos mais tarde, o tribunal de apelações acabou por considerar ‘provavelmente ilegal’. Créditos: DoD/NSA

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Nessa mesma esteira, atualmente a Amazon está envolvida em um processo contra Donald Trump. A empresa alega que as declarações pessoais do presidente contra Jeff Bezos enviesaram o processo contra a ela.

‘Hey Keith Alexander’

A notícia foi recebida como alerta pelo também ex-NSA, Edward Snowden. No Twitter, chamou a atenção para o fato de Alexander, responsável pelos programas ilegais de vigilância em massa, ter sido contratado por uma empresa como a Amazon Web Service, empresa que hospeda cerca de 6% de todos os sites. Um fato um tanto preocupante.

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Figura controversa

Em 2013, as denúncias de Snowden escancaram sistemas de vigilância como o PRISM, programa de coleta massiva de dados encontrados em sistemas de gigantes da tecnologia, como Microsoft, Google, Yahoo! e Facebook, com exceção da Amazon. 

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Manifestantes protestam contra a vigilância em massa durante um evento organizado pelo grupo Stop Watching Us em Washington, DC, em 26 de outubro de 2013. Créditos: Rena Schild/Shutterstock

Em entrevista dada na época, o general criticou os relatos do vazamento, chegando a sugerir que repórteres deveriam ser legalmente proibidos de cobrir os documentos. “Acho que é errado que os repórteres de jornal tenham todos esses documentos, os 50.000 – o que quer que eles tenham e os estejam vendendo e distribuindo como se estivessem – você sabe que simplesmente não faz sentido”, disse. 

Via: The Verge