Grupo acusa Apple de usar sistema de rastreamento sem autorização

Coletivo Noyb argumenta que a empresa utiliza aplicação sem consentimento dos clientes; gigante da tecnologia afirma que não acessa o código gerado pela aplicação para rastrear seus clientes
Leticia Riente20/11/2020 19h28, atualizada em 20/11/2020 20h00

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A Apple está sendo acusada pelo grupo ativista austríaco Noyb de utilizar uma ferramenta de rastreamento online instalada em seus iPhones sem a autorização de seus clientes. Os argumentos foram apresentados pelo coletivo liderado por Max Schrems às autoridades da Espanha e Alemanha. A gigante da tecnologia nega o uso do recurso sem a permissão de seus clientes.

A aplicação alvo do pedido é conhecida como Identifier for Advertisers (IDFA, na sigla em inglês). Um código de rastreamento é gerado automaticamente por esta ferramenta assim que o smartphone da marca é configurado. Resumidamente, este código serve para que empresas saibam das preferências dos usuários e consigam direcionar anúncios de maneira mais assertiva.

“A Apple coloca códigos que são comparáveisa um cookie em seus telefones sem qualquer consentimento do usuário. Esta é uma violação clara das leis de privacidade da União Europeia”, afirmou o advogado de Noyb, Stefano Rossetti. Neste ponto, o defensor do grupo se referiu à Diretiva de privacidade eletrônica da UE, que requer o consentimento do usuário antes da instalação e uso de tais informações.

Segundo o portal de notícias Bol, esta é a primeira importante ação contra empresas sediadas nos Estados Unidos relacionada às regras de privacidade da UE. Ainda cabe lembrar que Max Schrems é conhecido por seu ativismo envolvendo direitos digitais na Europa e por já ter ganhado dois grandes processos contra o Facebook.

O que diz a Apple

Na segunda-feira (16) a Apple se pronunciou sobre as investidas do Noyb contra seu sistema de rastreamento. De acordo com a empresa, as reclamações apresentadas são “factualmente imprecisas e esperamos deixar isso claro para os reguladores de privacidade, caso examinem a reclamação”, afirmou a gigante da tecnologia.

Reprodução

Apple se defendeu das acusações do grupo ativista de Max Schrems e disse não acessar o código de rastreamento de seus clientes. Créditos: THINK A/Shutterstock

A companhia de Steve Jobs também ressaltou que “não acessa ou usa o IDFA no dispositivo do usuário para qualquer propósito” e ainda ressaltou seu objetivo de proteger a privacidade de seus usuários, inclusive por meio de seu último sistema operacional, o iOS 14, que, segundo ela, proporcionou mais controle aos clientes sobre suas informações.

Fonte: Reuters

Colaboração para o Olhar Digital

Leticia Riente é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital