A disputa no mercado de computação em nuvem está cada vez mais acirrada, e o Google apresentou nesta terça-feira, 9, as suas novas armas para competir com outras gigantes do setor como Amazon e Microsoft durante apresentação no Google Cloud Next.

A expansão não é apenas uma alegoria para o crescimento dos negócios da divisão de nuvem da empresa, mas também tem seu caráter físico. O Google anunciou projetos para levar seus serviços a mais regiões do mundo, começando com a ampliação da infraestrutura nos Estados Unidos, com a criação de um data center em Salt Lake City, oferecendo mais opções para organização de cargas de trabalho no oeste do país, justamente a região que abriga o principal polo tecnológico do planeta: o Vale do Silício.

Nem só de América vive o Google, que também anunciou a expansão na região asiática com a criação de um novo datacenter em Seul, na Coreia do Sul. O ponto também é estratégico, já que o país é um dos principais polos de telecomunicações e também no desenvolvimento de jogos, especialmente com a famosa indústria de jogos online que são altamente populares na Ásia.

As duas novas regiões se juntam a dois outros projetos que já estavam em andamento previamente. O Google já havia revelado seus planos de expansão para Osaka, no Japão, que deve estar aberto para clientes a partir das próximas semanas, e Jakarta, na Indonésia, que tem previsão de conclusão para 2020. A partir do ano que vem, a expectativa da companhia é instalar-se em 23 regiões.

Multi-nuvem

A ampliação da infraestrutura do Google é uma parte do que a empresa teve para anunciar durante o Cloud Next. A empresa também apostou com força em uma nova plataforma chamada Anthos, liberada em fase beta para todos os clientes nesta terça-feira.

A missão da Anthos é ser uma plataforma híbrida. Isso significa que a proposta do Google para este serviço é permitir que um cliente adote uma estratégia multi-cloud, que, em outras palavras, proporciona a capacidade de adotar nuvens públicas de diversos fornecedores (como a Amazon, por exemplo) de forma simplificada, sem precisar se restringir a uma única empresa.

Com isso, as companhias ganham a capacidade de combinar dados e apps que rodam em uma infraestrutura própria ou em nuvens de outras empresas. A habilidade de usar várias nuvens de forma simples e integrada com os sistemas existentes, representa uma grande mudança no mercado, que permitirá que as empresas estejam mais próximas de um mundo no qual escrevam uma aplicação uma única vez e o código funcione em qualquer lugar, diz João Bolonha, diretor de Google Cloud na América Latina, sobre a plataforma Anthos.

Open Source é o futuro

Junto da expansão física do Google Cloud, a empresa também revelou uma expansão de suas capacidades, com uma grande aposta em ferramentas de código aberto. Isso inclui sete novas parcerias com empresas que fornecem vários tipos de soluções open-source:

  • MongoDB
  • Confluent
  • Datastax
  • Elastic
  • Neo4JM
  • Influx Data
  • Redis Labs

Ao mesmo tempo em que oferece suporte a estes sistemas, o Google Cloud também terá uma plataforma unificada que visa facilitar o consumo destes serviços, o que significa, por exemplo, o desenvolvimento de uma interface única para o gerenciamento de aplicativos e cobrança unificada, o que significa receber apenas uma conta para todos os serviços

Serverless

Outro anúncio importante foi o Cloud Run, uma nova plataforma de computação serverless do Google, uma ferramenta que, segundo a empresa, deve unir a simplicidade da tecnologia serverless com a flexibilidade e portabilidade dos contêineres.

De acordo com o Google, o Cloud Run visa automatizar todo o gerenciamento de infraestrutura, com a capacidade de escalar seus recursos em questão de segundos tanto para mais quanto para menos (até mesmo para o zero) para lidar de forma adequada com o tráfego, permitindo que o cliente só pague pelo que, de fato, for utilizado.

O Cloud Run estará disponível em fase de beta aberto a partir desta terça-feira.