Google lucra US$ 4,9 bilhões em 3 meses, mas sofre para diversificar receita

Renato Santino28/07/2016 22h07

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A Alphabet, empresa-mãe do Google, segue firme e forte, mesmo com os questionamentos de que o principal ganha-pão da companhia, que é o negócio de publicidade AdWords do Google, estaria ameaçado pelas mudanças na web. A empresa registrou ótimos resultados em receitas e lucros.

O conglomerado anunciou que obteve receitas na casa dos US$ 21,5 bilhões no último trimestre, o que foi um salto de 21% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Ao mesmo tempo, a companhia obteve lucros de US$4,9 bilhões, que também foi um salto de 24% em relação a 2015.

Claro, a esmagadora maioria do resultado é fruto da atuação do próprio Google, enquanto os outros negócios da Alphabet ainda não rendem o bastante para se manterem com suas próprias pernas.

É interessante observar, no entanto, o que tem acontecido com o principal concorrente do Google em relação à publicidade online, que é o Facebook. A rede social de Zuckerberg anunciou na última quarta-feira seus resultados trimestrais que mostram um crescimento muito mais rápido nas receitas publicitárias, de 60%; no entanto, isso é compensado com o fato de que a empresa gera menos dinheiro do que o Google. O Facebook gerou US$ 6,4 bilhões no trimestre, o que não chega perto dos resultados da Alphabet, e ajuda a entender como a empresa pode crescer tão rápido.

Sobre os outros negócios da Alphabet, eles começam a crescer, mas ainda são quase insignificantes para a companhia. As receitas dobraram na comparação com o segundo trimestre do ano passado, mas ainda assim representaram um prejuízo de US$ 900 milhões para os cofres do conglomerado.

Será importante para a Alphabet que esta divisão ainda deficitária passe a dar resultados, para que a saúde financeira da companhia se mantenha. O Google gera muito dinheiro a cada trimestre, mas o custo-por-clique de seus anúncios está caindo, significando que está ficando cada vez mais difícil manter os bons resultados só com a verba publicitária. Diversificar as fontes de renda do conglomerado com hardware, carros autônomos, tecnologia de saúde e tudo mais pode reduzir o impacto caso o AdWords não consiga mais sustentar todas as outras áreas como tem feito até hoje.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital