Já não é novidade que o Google está vendendo a empresa Boston Dynamics, rumores recentes até indicam que a Toyota possa ser a compradora. Um dos motivos da venda é um suposto robô doméstico que o Google quer criar.
Na verdade, a gigante da tecnologia não está sabendo lidar com os robôs inventados pela companhia, além de a visão da robótica de ambas ser completamente diferente. Ex-funcionários Boston Dynamics revelam que o clima dentro da empresa não está muito bom e os pesquisadores não estão felizes com a gestão da gigante da tecnologia.
Entenda o caso
A Boston Dynamics foi criada no MIT, em 1992, como resultado de um estudo de robôs com pernas que acontecia desde 1986. A missão da empresa sempre foi “construir os robôs mais avançados da Terra, com a mobilidade notável, agilidade, destreza e velocidade”.
O Google comprou a companhia, e outras oito empresas de robótica em 2013, e colocou Andy Rubin, o co-fundador do Android, para supervisionar a nova divisão de robótica chamada Replicant. O discurso inicial era de que as empresas estariam livres para continuar com os seus projetos para ver que tipo de ideias poderiam surgir.
No entanto, menos de um ano depois, Rubin saiu do Google, deixando um vazio na liderança da divisão, uma vez que ninguém tinha a mesma experiência na área que ele. Além disso, muitos funcionários tinham concordado em trabalhar com Rubin por causa de sua visão e se sentiram desapontado com a sua partida.
Em 2015, o Google tentou reassumir o controle dos grupos de robótica para saber em o que eles estavam trabalhando e como isso poderia ser traduzido em um produto de consumo. A companhia estava em busca de um robô de usar fácil que poderia ajudar com tarefas básicas ao redor da casa.
Porém, o robô doméstico deveria usar rodas para se locomover e ser silencioso, pois iria ficar vagando pela casa. A Boston Dynamics, por outro lado, produz robôs que usam pernas e motores barulhentos, o que fez a empresa a começar a resistir à pressão de construir um produto específico para consumo.
A empresa de robótica, então, continuou com as suas pesquisas e projetos, ao invés de seguir o caminho que o Google queria. “A sensação era de que nós não fazíamos parte do Google, que éramos algo separado”, afirma um ex-funcionário.
Futuro
Caso as negociações com a Toyota se confirme, a Boston Dynamics pode estar em boas mãos. Gill Pratt, CEO do Instituto de Pesquisa Toyota, trabalhou com Marc Raibert, fundador e CEO da Boston Dynamics, no laboratório do MIT. Além disso, James Kuffner, o co-fundador da divisão de robótica do Google, deixou a empresa em janeiro, para participar do Instituto de Pesquisa Toyota.
Além disso, Joseph Bondaryk, o gerente de operação para Boston Dynamics, também se juntou ao Instituto de Pesquisa no início do ano. Outros movimentos notáveis incluem Philipp Michel, que trabalhou como roboticista sênior da divisão de robótica do Google, e Adam Geboff, engenheiro de hardware da Replicant.
Embora não esteja claro exatamente o que a montadora está planejando para a empresa de robótica, um ex-funcionário da Boston Dynamics refere-se ao acordo como uma “aquisição amigável”. “É uma compra mais amigável quando você tem conexões interpessoais”, afirma.
Via Business Insider