Não bastasse todos os problemas que acometem o Yahoo, a companhia liderada por Marissa Mayer agora terá de enfrentar na Justiça um ex-funcionário, homem, que afirma ter sofrido discriminação de gênero ao ser demitido.
Gregory Anderson trabalhava na divisão de mídia do Yahoo até novembro de 2014, quando foi sacado devido aos seus resultados obtidos de acordo com um sistema de avaliações usado pela companhia. Ele então abriu um processo alegando que, ao menos na sua divisão, o esquema favorece as mulheres.
A cada trimestre, o sistema apresenta uma classificação numérica dos funcionários. Se os resultados forem muito baixos, corre-se o risco de demissão. Neste caso, Anderson alega que sempre que funcionários homens e mulheres empatavam como piores, os homens eram desfavorecidos e as mulheres assumiam suas posições.
Anderson afirmou ainda que uma ex-executiva chamada Kathy Savitt contratava quase exclusivamente mulheres. Quando assumiu a chefia da área de marketing, Kathy encontrou a divisão de mídia com menos de 20% de profissionais femininas; três anos depois, o quadro tinha se invertido e havia 80% delas.
O Huffington Post conversou com especialistas em direito que confirmaram o óbvio: homens também podem reclamar sobre discriminação de gênero, só que isso não é comum numa sociedade em que eles são geralmente favorecidos.
Várias empresas de tecnologia – o Yahoo, inclusive – vêm trabalhando para diminuir a predominância do homem branco em seus quadros de funcionários. O problema é que isso tem de ser feito com base em avaliações técnicas, e não subjetivas, caso contrário ações como a de Anderson podem se tornar comuns.
O que mais chama atenção neste caso, inclusive, é o sistema de classificação interna. Esse tipo de ferramenta vem sendo criticado há anos justamente porque sua objetividade extrema pode causar distorções preconceituosas. No começo dos anos 2000 companhias como Ford, Goodyear e Capital One sofreram uma chuva de processos porque os rankings que eram levados em conta para demitir ou promover funcionários agia contra os mais velhos.
Algo semelhante ocorreu com a Microsoft, porque em setembro de 2015 várias ex-funcionárias processaram a empresa, que havia abandonado esses esquemas em 2013.