Há alguns meses se discute a possibilidade de Broadcom e Qualcomm, duas das maiores fabricantes de chips do mundo, anunciarem a maior fusão da história da tecnologia. Essa possibilidade finalmente foi por água abaixo nesta segunda-feira, 12, por meio de um decreto de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.

O texto que justifica a decisão apresenta questões de segurança nacional para o impedimento do negócio. A Broadcom é uma empresa de Cingapura, que tomaria o controle da Qualcomm, uma companhia americana com sede na Califórnia. Segundo o comunicado, “existem evidências sóilidas” de que a Broadcom “pode realizar ações que ameace a segurança nacional dos Estados Unidos”.

A negociação está ocorrendo há alguns meses, sempre com respostas negativas da Qualcomm, que exige mais dinheiro pela transação. A oferta mais recente apresentada pela Broadcom envolvia US$ 146 bilhões; desse total, US$ 121 bilhões seriam para tomar o controle da Qualcomm e US$ 25 bilhões são referentes a uma dívida que seria assumida pela asiática.

Diante das respostas negativas da Qualcomm, a Broadcom tentou outras formas de fazer o negócio sair do papel. Isso inclui até mesmo a aquisição hostil, levando o tema aos acionistas para tentar substituir os membros do conselho da Qualcomm por pessoas favoráveis ao negócio. O comunicado de Donald Trump veta qualquer tipo de fusão entre as duas empresas, e os membros do conselho apontados pela Broadcom deverão ser desqualificados.

Segundo a Bloomberg, a Broadcom tinha planos de mudar sua sede para os Estados Unidos, em um processo que deveria ser concluído até o dia 3 de abril. Isso também não afeta a decisão de Trump, que determina as duas empresas “deverão abandonar permanentemente a proposta de aquisição”, a menos que queiram levar o caso aos tribunais.