Competição de tecnologia para meninas elege um garoto como campeão

Redação29/02/2016 14h07

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O mundo da ciência e tecnologia, apesar de envolver mulheres, é exclusivamente voltado para os homens. Na tentativa de mudar esse perfil, a empresa britânica EDF Energy criou o Pretty Curious, uma competição para atrair meninas para as áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

No entanto, uma polemica está girando em torno no concurso. Na sua última edição, a EDF Energy abriu o Pretty Curious para todos os jovens de 11 a 16 anos para pensar em ideias de casas conectadas, premiando um garoto de 13 como o vencedor.

O adolescente criou um controle de vídeo game capaz de aproveitar a energia cinética gerada através do seu uso. Três dos quatro vice-campeões, que apresentaram ideais de cortinas inteligentes, frigorífico inteligente e um monitor de sono, eram meninas.

A cientista da computação Sue Black OBE questionou a decisão em seu Twitter. “Parabéns ao vencedor – mas eu adoraria ouvir a EDF sobre como a escolha do vencedor atende seu objetivo para a competição”, publicou.

Outro lado 

Em defesa, a empresa alegou que o concurso foi aberto a todos os jovens de 11 a 16 anos no “interesse da justiça” e ainda acrescentou que o “vencedor foi indicado por um painel de juízes, incluindo uma equipe só de mulheres vencedoras da oficina #PrettyCurious Glasgow”. Apesar disso, a página da competição continua indicando que o programa é voltado para meninas.

Por outro lado, nem os comentários sobre o assunto foram negativos. A vencedora do Google Global Science Fair 2014, Ciara Judge, questionou em seu blog se deixar uma garota ganhar um concurso que visa a interação com as ciências realmente promove as meninas na área. “Nós meninas temos mais coragem e determinação do que simplesmente desistir porque não ganhamos uma competição… Por favor, nos deem mais crédito do que isso”.

Esta não é a primeira vez que o concurso é criticado. Quando foi lançado, muitas mulheres que trabalham com STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática), alegaram que o nome da campanha e os vídeos divulgados eram sexistas.

“Esta estratégia parece mostrar o interesse em meninas e mulheres, enquanto na verdade, mostra elas usando um crachá rosa em todos os momentos, chamando a atenção para o nosso gênero acima de nossas realizações”, afirmou Emily Schoerning, diretora do Community Organizing and Research.

No site do Pretty Curious, a EDF afirma que no Reino Unido, apenas 1 em cada 7 pessoas que trabalham em ciência, tecnologia, engenharia e matemática é do sexo feminino. “Nossa campanha pretende mudar isso acendendo a imaginação de jovens meninas, inspirando-as a curiosidade sobre o mundo em torno delas e seguir assuntos relacionadas na ciência na escola e em suas carreiras”.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital